MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Geraldo José de Almeida, o locutor na Copa de 1970



Geraldo José Mangini de Almeida nasceu em São Paulo em 12 de março de 1919. Talento precoce, estreou no “dial” de sua cidade natal com apenas 17 anos, já trabalhando na Radio Record (PRB-9), contratado pelo seu diretor artístico Octávio Gabus Mendes, tendo o eterno “Marechal da Vitória“ Doutor Paulo Machado de Carvalho como proprietário da Rádio, que era conhecida como “A Maior” em toda Paulicéia.

Eram tempos políticos bastante complicados no Brasil e o temor de uma nova Guerra Mundial a cada dia se tornava infelizmente mais real e Geraldo José de Almeida, após uma breve temporada no rádio do Rio de Janeiro, volta a São Paulo, para trabalhar desta vez na Radio São Paulo (PRA-5) já como narrador esportivo.

No final dos anos 1930 ele volta a Record, onde em pouco tempo se torna o principal locutor de esportes da Futura TV Record.

Em 08 de dezembro de 1941 é um dos fundadores da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP), entidade pioneira nas reuniões dos Jornalistas que cobriam o Desporto no Estado, que teve a sua Assembleia de Fundação ocorrida no célebre auditório da Radio Record, cedido por Paulo Machado de Carvalho a pedido de Geraldo.

Com grande mérito, Geraldo foi o quinto presidente da ACEESP, exercendo o cargo no período de 1954 até 1957. Nessa mesma época também preside a Federação Paulista de Hóquei e por dois anos entre 1956 e 1957 é o presidente da Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas (AFEU), entidade assistencial que congregava funcionários das Televisões Record e Rio e das Rádios Record, São Paulo e Panamericana (a atual Radio Jovem Pan) .

Em 1958, Geraldo Jose de Almeida apresentava com sucesso o programa “A Opinião de Geraldo Jose de Almeida”, na Radio Panamericana Paulistana (PRH-7) e no mesmo ano, narra pela emissora dirigida pelo amigo Antonio Augusto Amaral de Carvalho (o Tuta), a Copa do Mundo de Futebol realizada na Suécia, onde pela primeira vez, a Seleção Brasileira se sagraria campeã mundial do “esporte bretão”. Com tantos feitos gloriosos, não foi surpresa a conquista merecida, por parte de Geraldo, do Prêmio Roquette Pinto de Rádio.

Com o advento da década de 1960, Geraldo Jose de Almeida é convidado para um novo desafio: ser o locutor esportivo principal da TV Excelsior, canal 9 de São Paulo, além do Diretor de sua Equipe de Esportes.

Bolinha, Peirão de Castro e Rubens Pecce faziam parte da equipe de cobertura da Copa do Mundo de Futebol da Inglaterra de 1966, que rendeu à Equipe Esportiva da Televisão da família Wallace Simonsen, o Troféu Imprensa de Melhor Equipe de Esportes da Televisão Paulistana, algo inédito até então para esse Canal.

Geraldo Jose de Almeida se torna um nome nacional da Televisão do Brasil e esse sonho foi alcançado por meio de sua contratação pela Rede Globo de Televisão, onde rapidamente, se torna o seu principal locutor esportivo e em 1970 é um dos apresentadores do V Festival Internacional da Canção (FIC), que teve a sua concorrida final acontecida no Ginásio Carioca do Maracanãzinho.

E claro, não tem como não se lembrar das transmissões históricas de Geraldo Jose de Almeida na Copa do Mundo do México em 1970, quando nossa Seleção conquistou o Tri Campeonato Mundial de Futebol com Pelé, que Geraldo imortalizado também como o “Craque Café”.

Segundo Geraldo José de Almeida, “Rivelino era o “Garoto do Parque” e Tostão era o “Mineirinho de Ouro”. Ele era acompanhado nos microfones televisivos pelo comentarista esportivo João Saldanha. Na Copa seguinte, disputada na então Alemanha Ocidental, a dupla Geraldo e Saldanha repetiu o sucesso.

Na TV Globo ele recebeu por 2 vezes o Troféu Imprensa de Melhor Locutor Esportivo de TV em 1971 e em 1973 além de um Troféu como Destaque Especial por seu trabalho na Copa de 70, dividido com Walter Abrahão, que foi o locutor da Tupi de São Paulo, naquele mundial da FIFA.

Já trabalhando novamente na TV Record canal 7, falece aos 57 anos em São Paulo, em 16 de agosto de 1976, enlutando o Radio, o Esporte e a Televisão Brasileira, mas deixando um bonito exemplo de pioneirismo, liderança, humildade, dedicação e seriedade. Seu filho Luís Alfredo seguiu seus passos e se tornou um importante locutor esportivo, que também trabalhou na TV Globo.

Viva o saudoso “Gera”, voz ícone por 3  décadas das transmissões esportivas televisivas brasileiras.

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