MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Família Trapo, mais bem sucedida experiência de humor na TV



De 1967 a 1969, a audiência dos domingos à noite tinha um dono absoluto: era o programa “Família Trapo” da TV Record, levado ao ar às 20h, e que foi a mais bem sucedida experiência de programa humorístico ao vivo e com plateia da televisão brasileira.

Uma criação da famosa Equipe A da TV Record, formada por Manoel Carlos, Nilton Travesso, Antonio Augusto Amaral de Carvalho e Raul Duarte, o programa “Família Trapo” tinha os textos assinados por Carlos Alberto de Nóbrega e Jô Soares e todos os episódios estavam centrados na figura de Carlos Bronco Dinossauro e sua confusa família.

O nome do programa foi inspirado na célebre Família Von Trapp do cinema, que fez sucesso no filme “A Noviça Rebelde”, um campeão de bilheteria na década de 1960. Realizado ao vivo e com a participação sempre entusiasta de uma grande plateia que lotava o Teatro Record Consolação, todos os domingos, o programa permitia uma série de improvisos do elenco que o deixavam ainda mais divertido e inesperado.

O enredo era simples: um cunhado folgado e que não queria nada com o trabalho, Carlos Bronco Dinossauro (a maior criação do grande e saudoso humorista Ronald Golias), aprontava sempre alguma contra o dono da casa em que ele morava de favor, o cunhado italiano e sempre irritado Peppino Trapo (outra criação inesquecível do também saudoso comediante Otello Zeloni). Faziam ainda parte da Família Trapo a irmã de Bronco e esposa de Peppino, Helena (Renata Fronzi), os filhos Verinha (Cidinha Campos) e Sócrates (Ricardo Corte Real) e um mordomo muito divertido interpretado por Jô Soares.

Outra atração do programa eram os convidados especiais a cada episódio, que eram sempre personalidades muito conhecidas. Foi assim que Pelé, Rivelino, Hebe Camargo, Elis Regina e Roberto Carlos, entre outros, tiveram participações importantes no programa.

O humor estava centrado não só nas situações criadas por Carlos Alberto de Nóbrega e Jô Soares, como também nas improvisações de Ronald Golias e Otello Zeloni, que muitas vezes “brigavam” pelas melhores gags, e tudo isso ao vivo.

O programa durou até 1971, mas seu auge foi nos três primeiros anos, de 1967 a 1969, onde era imbatível em termos de audiência e de prestígio.

Até hoje, “Família Trapo” é um referencial em termos de humor na televisão nacional, mas tem uma nota triste: os vários incêndios sofridos pela TV Record destruíram quase todos os programas. Apenas dois ou três episódios estão inteiros, entre eles um dos mais famosos, o que conta com Pelé como convidado especial.

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