MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

Elizeth Cardoso – Centenário de uma das maiores cantoras brasileiras



Elizeth Cardoso Valdez nasceu no Bairro de São Francisco Xavier, que pertencia a Velha Freguesia do Engenho Novo, hoje, correspondente ao Meier, na Cidade do Rio de Janeiro em 16 de julho de 1920.

Muito jovem, já cantava para os seus familiares e, em 1936, é descoberta por seu padrinho artístico, o músico Jacob do Bandolim, que a convida para se apresentar na Radio Guanabara, a PRC-8, que nos anos 1930 era uma emissora que valorizava muito a Música Popular Brasileira. Ali a ainda adolescente Elizeth conhece o “Poeta da Vila” Noel Rosa e em 18 de agosto daquele ano, inicia a sua venturosa carreira artística.

Pouco tempo depois, vem trabalhar no Radio da Cidade São Paulo, onde encanta os profissionais do “dial paulistano” Blota Junior, Egas Muniz e Vicente Leporace, em razão de seu trabalho na Radio Cruzeiro do Sul (PRB-6).

Finalmente, em 1950, lança o seu primeiro disco pela gravadora Todamérica e no ano seguinte, obtém o seu primeiro sucesso, a música “Canção de Amor”, de Chocolate e Elano de Paula. Nessa época, já contratada pela Radio Tupi do Rio de Janeiro (PRG-3), assiste e participa dos primeiros momentos da Televisão de sua cidade natal, na TV Tupi canal 6 .

Em 1957, com a música “É Luxo Só” de Ary Barroso e Luiz Peixoto, encanta o público brasileiro e é eleita, tanto na “Revista do Radio” como na Revista “Radiolândia”, a Melhor Cantora de Televisão daquele ano. Foi o elo para Elizete ser convidada para ser a voz feminina que lançaria o movimento musical da Bossa Nova, concretizado por sua gravação de “Chega de Saudade” de Vinicius de Moraes e de Tom Jobim em 1958, acompanhada pelo revolucionário violão de João Gilberto.

O disco “Canção do Amor Demais”, gravado por Elizete naquele dourado ano da vitória da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo da Suécia é um verdadeiro marco da música brasileira e é a maior produção discográfica da Gravadora Festa de todos os tempos.  Não foi surpresa, ela ter sido eleita a “Rainha dos Músicos“ no Rio de Janeiro, onde recebeu a faixa das mãos da amiga e conterrânea Emilinha Borba, uma das “Rainhas do Radio Brasileiro”.

No ano seguinte, é novamente pioneira, no principio da terceira emissora do Rio de Janeiro, a TV Continental, o canal 9 de propriedade do político Rubens Berardo, onde apresenta o programa “Elizeth, a Magnifica”, com direção do jovem realizador Haroldo Costa. Na mesma década de 1950, também encanta o público paulista na TV  Record, canal 7  da Paulicéia, em atrações como “Programa Elizeth Cardoso” e “Namorados Musicais”.

Vem a década de 1960  e os sucessos da suprema intérprete de nossa música continuam: “O Amor e a Rosa” de Antonio Maria e Pernambuco de 1960; “Na Cadência do Samba” de Ataulfo Alves e Paulo Gesta de 1962;  “Malvadeza Durão” de Zé Ketti de 1965 e “Apelo” de Vinicius de Moraes e Baden Powell de 1966.

Como não se lembrar de seu programa na TV Record intitulado “Bossaudade”, apresentado juntamente com o seu amigo Ciro Monteiro, com a primorosa direção do mestre televisivo Manoel Carlos. Na década seguinte apresenta o programa musical “Sambão” na mesma emissora.

Em 1964, mais uma vez faz história ao cantar o repertório erudito de Villa Lobos no Teatro Municipal de São Paulo com a organização do maestro Diogo Pacheco.

Ganhadora de 3 Troféus Imprensa nos anos de 1961 (pela gravação de “Deixa Andar de Jujuba”); 1963 (pela gravação de “Pela Luz dos Olhos Teus” de Vinícius  de Moraes)  e 1973 (pela gravação de “Naquela Mesa” de Sergio Bittencourt), cantou nos anos 1970 em vários especiais da TV Globo. Nos anos 1980 faz histórica temporada musical no Japão com repercussão mundial.

Falece precocemente, aos 69 anos de idade, no Rio de Janeiro, em  07 de maio de 1990, e é sepultada no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, na mesma cidade.

O musicólogo Sergio Cabral, que a condecorou com a Medalha Prefeito Pedro Ernesto na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1986, escreve sua biografia em 1994, pela Editora Lumiar e Marilia Pera a homenageia no show “Elas por Ela”, cantando “A Flor e o Espinho” de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.

Em 02 de julho de 1991, pouco mais de um ano de seu passamento é escolhida para ser a Personalidade Musical homenageada no 4º Premio Sharp de Música, no Hotel Nacional, onde mais uma vez é reverenciada por toda a classe artística.

Viva Elizeth Cardoso, a maior cantora brasileira do Século XX, em seu centenário!  Que sua obra artística nunca seja esquecida!

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