MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão
Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 06/12/1967. Retrato da cantora Elis Regina, em sua nova casa no Rio de Janeiro, no dia de seu casamento com o produtor musical Ronaldo Bôscoli. Foto: Arquivo/AE Pasta: 14.772.

Elis Regina fez um arrastão no primeiro festival de música na TV



A música ganhou espaço nobre na TV brasileira na década de 60, mas foi a partir de 1965, com os vários programas musicais lançados pela TV Record, que ela se tornou programa obrigatório na nossa telinha.

Mas não foi a TV Record e sim a TV Excelsior, mais uma vez, que saiu na frente com a produção do I Festival de Música Popular Brasileira, em abril de 1965. Era uma época de regime militar e censura, mas a emissora reuniu Solano Ribeiro e Moraci do Val e conseguiu realizar, sem qualquer interferência do novo regime, o primeiro grande festival de música da televisão brasileira.

Nosso primeiro festival, como explica Solano Ribeiro, aquele que mais entende de festivais de música no Brasil, “foi baseado no Festival de San Remo, realizado na Itália, e que era um sucesso em toda a Europa. Nós nos surpreendemos pela enorme quantidade de jovens cantores e compositores que se inscreveram e percebemos que eles sentiam que, naquele momento difícil que vivíamos politicamente, a única forma deles se expressarem era pela música e que aquela ideia tinha vindo para ficar”.

Entre os jovens compositores estavam Edu Lobo e Vinícius de Morais (1913-1980), que compuseram “Arrastão”. Para interpretá-la foi escolhida uma jovem cantora com uma voz inconfundível, mas ainda uma desconhecida do grande público, chamada Elis Regina (1945-1982).

A perfeita organização, a qualidade das músicas e a interpretação marcante de Elis Regina fizeram o I Festival de Música Popular Brasileira se transformar em mais um sucesso da TV Excelsior na cidade de São Paulo e se constituir em um marco na televisão brasileira.

A final do Festival foi no Guarujá, no dia 06 de abril de 1965, e a grande adversária de “Arrastão” foi uma composição de Baden Powell, chamada “Valsa do Amor que não Vem” que foi defendida pela divina Elizeth Cardoso. Em terceiro lugar ficou “Eu Só Queria Ser”, composta por duas jovens compositoras, Vera Brasil e Miriam Ribeiro, e que foi interpretada por Claudete Soares.

O sucesso levou a emissora a promover, em 1966, a segunda edição do Festival, em que a vitória coube a “Porta-estandarte” composta por Geraldo Vandré e Fernando Lona, interpretada por Tuca. Mas os festivais estavam definitivamente inseridos na nossa telinha e a TV Record provaria isso a partir de 1966, com os seus festejados festivais.

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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