MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

A doméstica que conquistou o patrão e a audiência para a TV Excelsior



Maria Aparecida veio de longe tentar a sorte na cidade grande. Sem ter uma profissão definida foi ser empregada doméstica na casa de um ricaço. Sorte da Maria Aparecida; sorte da atriz Rosamaria Murtinho, a sua intérprete; das telespectadoras que viraram suas fãs e da TV Excelsior que cravava seu primeiro grande sucesso de audiência nas telenovelas com “A Moça que veio de longe”.

A história era uma adaptação da grande novelista Ivani Ribeiro (1922-1995) de um original de Abel Santa Cruz. O sucesso da novela fez com que Ivani ganhasse a oportunidade de poder criar mais personagens e novas situações, adaptando a história para a realidade brasileira.

A história era muito simples: uma jovem vinda do interior que se empregava como empregada doméstica na casa de um ricaço, e acabava se apaixonando e sendo correspondida pelo filho do patrão, Raul, personagem vivido por Hélio Souto (1929-2001).

A novela foi o primeiro grande sucesso de audiência da TV Excelsior na teledramaturgia e estreou em maio de 1964, ficando no ar até julho do mesmo ano. A comprovação do sucesso foi que a emissora terminou a novela, em 24 de julho de 1964, com uma noite de autógrafos dos artistas no Ginásio do Pacaembu, em São Paulo.

Consagração total para o casal central, Rosamaria Murtinho e Hélio Souto, que estreavam nas telenovelas, ele vindo do cinema e ela do teatro. Durante muitos anos, o par formado por Maria Aparecida e Raul foi considerado o mais belo das novelas brasileiras pelas telespectadoras.

Exibida no horário das 19h, “A Moça que veio de longe” tinha um grande elenco, onde se destacavam, além de Rosamaria e Hélio, os nomes de Flora Geny, Lourdes Rocha, Silvio Francisco, Neuza Amaral, Yvan Mesquita, Lurdinha Félix, Edmundo Lopes, Maria Aparecida Baxter, Renato Máster, Wilma de Aguiar, Bentinho, Cleyde Blota e Gilberto Sálvio.  

Por uma dessas razões que ninguém explica, a dupla Hélio Souto e Rosamaria Murtinho não voltaria a fazer um casal nas próximas novelas da Excelsior, apesar dos vários pedidos das telespectadoras nesse sentido.

Com esta novela, a TV Excelsior coroava o seu empreendimento na teledramaturgia e, por muito tempo, no horário das 19h, só dava a emissora nos lares paulistanos com suas novelas escritas, principalmente, por Ivani Ribeiro, Dulce Santucci ou Talma de Oliveira.  

Rodolfo Bonventti

Rodolfo Bonventti

 
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