Até 1927 o cinema era mudo. Quando chegou às telas “O Cantor de Jazz” o público pôde finalmente ouvir os atores. Mas surgiu um problema: como as plateias que não entendia o inglês iriam assistir as produções de Hollywood?
Logo surgiu uma solução. Em 1930 foi lançado o filme “The Flyer”, o primeiro a utilizar um sistema de sonorização que permitia substituir as vozes originais por outras gravadas em estúdio. Nascia a dublagem.
No Brasil a novidade apareceu em 1938, no lançamento do desenho animado “Branca de Neve e os Sete Anões”, de Walt Disney. A dublagem teve as canções adaptadas para o português pelo compositor João de Barro, o Braguinha. A voz de Branca de Neve ficou a cargo de Dalva de Oliveira, a “rainha do rádio”. Telmo de Avelar fez o príncipe. A técnica passou a ser natural no mundo do desenho animado, principalmente.
Quando a tv surgiu em 1950 os filmes eram exibidos com legendas, por razões econômicas. Mas a necessidade de atender ao grande público, que começava a se reunir em torno da telinha, levou a Tupi a lançar sua primeira atração internacional em português, a série americana “Ford na TV”, que apresentava pequenos dramas de 30 minutos. A novidade agradou.
No rastro do trabalho pioneiro de Dalva de Oliveira, Telmo Avelar e de todos os outros integrantes daquela primeira equipe surgiu uma legião de profissionais da voz. Vamos falar muito dessas histórias por aqui.
M.A.Z. / 06-04-2017