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RUTH ESCOBAR


Maria Ruth dos Santos Escobar é o nome completo da atriz e empresária teatral Ruth Escobar. Ela nasceu na cidade do Porto, em Portugal, em 31 de março de 1935.

Em 1951, bastante jovem, veio para o Brasil e se instalou em São Paulo. Fez amizades com pessoas de teatro, e se casou  com o dramaturgo e filósofo Carlos Henrique Escobar, com o qual teve filhos. Mas em 1958, foi com o marido para a França. Fez curso de interpretação em Paris.

Ao voltar ao Brasil, montou logo sua própria companhia teatral, a que deu o nome de Novo Teatro, em parceria com o diretor Alberto D’Aversa. Montaram:”Antigone América”, na qual ela era a protagonista. O texto era do marido de Ruth. Depois montou e protagonizou:”Mãe Coragem e Seus Filhos” e “Males de Juventude“.

Era já uma atriz conhecida, mas de temperamento irrequieto, resolveu empreender um teatro bem popular e transformou um ônibus em palco, levando espetáculos à periferia de São Paulo. Intitulou-o de Teatro Popular Nacional. Antônio Abujanra dirigiu aí “A Pena e a Lei“e Silney Siqueira dirigiu “As Desgraças de uma Criança“. Esse trabalho foi até 1965.

Em 1964, Ruth Escobar resolveu inaugurar sua casa de espetáculos. Separou-se de seu primeiro marido e casou-se com o arquiteto Wladimir Pereira Cardoso, que se tornou cenógrafo de suas produções. Montou “A Ópera dos Três Vinténs”; “O Casamento do Sr Mississipi”; “As Fúrias”; “O Versatil Mr. Sloane” e “Lisistrata”.

Em 1966, Ruth produziu no Rio de Janeiro, o espetáculo “Júlio Cesar”. Em 1968, montou “Cemitério de Automóveis”, obra ousada de Victor Garcia, numa garagem antiga da Rua 13 de Maio, em São Paulo, totalmente remodelada. Foi aí que a moça portuguesa se destacou completamente como produtora teatral de vanguarda.

Em seguida montou “O Balcão”, que ganhou todos os prêmios à época. Produziu também “Missa Leiga”, que pretendia montar na igreja da Consolação, mas foi proibida e então o fez no espaço de uma velha fábrica. Em seguida montou “A Viagem”, e chamou para a estréia Marcelo Caetano, primeiro ministro português. Nos anos seguintes, Ruth ficou à frente do Centro Latino-Americano de Criatividade.

Em 1974, Ruth Escobar deu um passo ousado. Criou o 1º Festival Internacional de Teatro, com o propósito de trazer ao Brasil, periodicamente, o melhor do teatro mundial. E assim São Paulo pôde conhecer o trabalho de Bob Wilson, “Time and Life of Joseph Stalin”, que aqui recebeu o nome de “Time and Life of DavidClark“.

Ela montou ainda “Yerma“, de Victor Garcia. Ruth fez também o 2º Festival, e trouxe ao Brasil o grupo catalão Els Joglars; os City Players, do Irã; a Companhia Hamada Zenia Gekijo, do Japão, e o Grupo G.Belli, da Itália, entre outros. Organizou também o 3º Festival Internacional, em 1981, com o grupo norte-americano Mabu Mines, o belga Plan K, o Lá Quadra, de Sevilla, o grupo uruguaio Galpon e o português.

Em 1974 ainda, Ruth Escobar centralizou o circuito internacional de “Autos Sacramentais”,encenação de Victor Garcia, baseado em Calderon de la Barca. Em 1976, Ruth teve um projeto interditado pela censura, que reuniria textos dos mais  destacados da época. Isso lhe trouxe grandes prejuízos.

Em 1994, Ruth Escobar voltou aos Festivais Internacionais. Trouxe o Aboriginal Islander Dance Theatr; o Bread and Puppet; o Cricot 2; os Dervixes Dançantes. Em 1995, na quinta edição, trouxe o grupo de dança de Carlota Ikeda,  o grupo japonês DumbType e o russo Levdodine, Michel Picolli. Em 1996, trouxe Phillipe Decoufflé, o grupo Dong Gong Xi Gong, de Taiwan. Na 6º edição, o destaque foi Joseph Nadg.O 7º Festival foi todo dedicado à Ásia. E o 8º foi sobre arte cigana.

Nos anos 1980, Ruth Escobar afastou-se do teatro, pois se candidatou a deputada estadual e ganhou, por duas legislaturas, dedicando-se a projetos comunitários.

Em 1987, Ruth montou “Maria Ruth-Uma Autobiografia“, e voltou aos palcos. O mesmo acontecendo em 1990, na encenação de “Relações Perigosas”.

Esta é uma síntese apenas da vida agitada da grande Ruth Escobar, atriz, empresária, produtora, política, eternamente linha de frente nas lutas pela classe teatral.

Ruth Escobar  faleceu aos 82 anos, em São Paulo, em 05 de outubro de  2017.

 
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