MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


ROBERTO CORTE REAL


Credibilidade. Era essa a impressão que Roberto Côrte-Real passava pelo rádio, pela televisão ou até pessoalmente. Sua família teve muitos membros tanto norádio, como na televisão paulista. A ponto até de isso causar algumaconfusão. Há quem confunda Roberto, quando se referem ao mesmo só pelo sobrenome. Vem à cabeça Renato, seu irmão humorista ou até mesmo o sobrinho Ricardo, apresentador do SuperMarket (na Rede Bandeirantes) .

Alguns poderão remeter ao outro irmão, Armando, que coordenava a projeção de slides da TV Paulista e que nem ao menos apareceu na frente das câmeras.Mas eles foram sempre muito diferentes, e com profissões diferentes. Roberto Côrte-Realera um grande jornalista, dos primeiros noticiosos da TV. Tinha um bigode e uma inconfundível gravata borboleta, sempre notada pelos telespectadores.Criou um tipo e se fez muito respeitar.

Patrocinado por uma das maiores lojas de departamentos , Roberto Côrte Real marcou época com o telejornal Mappin Movietone, na TV Paulista – canal 5 de São Paulo, queficou no ar por muitos anos. Apresentou também o Jornal do Meio Dia.
Naqueles primeiros anos da TV Paulista – início da década de 50 – Roberto Côrte-Real dividia com a equipe, uma pequena redação jornalística. Esta era improvisada na sala de um apartamento, no quarto andar de um pequeno edifício da Rua da Consolação. Organizavam as pautas dos programas, até do telejornal da emissora, que era apresentado e produzido por Mário Mansur.

Em pouco tempo, Roberto Côrte Real passou para diretor artistico do canal5. Roberto dedicava-se ao trabalho e fazia questão de manter tudo em ordem. Se intrometia em todosos setores, para dar àqueles que se empenhavam no trabalho, a devida recompensa. Acreditava no talento dos iniciantes da TV, garotos que se metiam na profissão para desvendar os segredos que o fascinante meio provocava. Côrte-Real então, perguntava para cada um deles se o dono da emissora – o deputado federal Oswaldo Ortiz Monteiro – tinha pagado corretamente os 50 cruzeiros que tinha prometido a eles. Quando a resposta era “não”, Roberto entrava na sala de Ortiz Monteiro e só saía de lá quando o dono desse o dinheiro dos garotos. Assim, câmeras, auxiliares de projeção, entre outros profissionais ficavam satisfeitos eadoravam Roberto Côrte Real.

Roberto Côrte-Real, assim como os garotos da televisão, começou cedo sua carreira profissional. Nasceu em 1921 e em pouco tempo começou a trabalhar, já passando por diversas profissões no meio radiofônico… Na Rádio Educadora de Campinas foi discotecário, locutor e produtor. Já em São Paulo trabalhou nas mesmas funções na Rádio Cultura AM. Chegou a ser gerente da Rádio América também. Já na Rádio Bandeirantes AM foi disc-jockey, discotecário novamente e programador. Foi ele quem deu em primeira mão a notícia do fim da 2ª Guerra Mundial ao ouvinte paulistano.

Na televisão, além da TV Paulista, chegou a ser repórter de duas Emissoras Associadas: a TV Tupi de São Paulo (na época já canal 4) e a TV Tupi do Rio de Janeiro (canal 6). Depois ainda exerceu o cargo de produtor e apresentador de telejornal da TV Record, canal 7. Nesse meio tempo, apresentou e produziu programas da Rádio Panamericana (futura Jovem Pan), que fazia parte das Emissoras Unidas, como a TV Record. Chegou a TV Globo, para apresentar o programa “Jornal Hoje”, cujo autor do nome foi o próprio.
Um pouco antes – na década de 60 -, além da televisão, conseguiu emprego na gravadora CBS (hoje Sony Music) e pelo seu trabalho na mesma, acabou sendo um dos responsáveis pela movimento da “Jovem Guarda”. Lançou nomes com Cauby Peixoto, Maysa Matarazzo, Roberto Carlos, entre outros.

Côrte-Real se preocupava com as questões sociais. Prova disso foi quando idealizou e assumiu a responsabilidade de gerir a primeira Campanha para Doação de Sangue do Hospital das Clínicas de São Paulo. Também existia a sua preocupação com a classe trabalhadora dos meios de comunicação do país. Uma preocupação intensa. Foi membro do Sindicato dos Radialistas e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.

Gostava de experimentar todos os tipos de profissões de comunicação social, chegando até a ser diretor da Viacom do Brasil, grande distribuidora de filmes para TV.
Seus últimos locais de trabalho foram a Rede Bandeirantes de Televisão e a Rádio USP, onde apresentou o programa “Encontro com Roberto Côrte-Real”.

Viveu a profissão até não poder mais, sendo que a encerrou com esse programa semanal, no dia 18 de outubro de 1988, data de seu falecimento.

 
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