Raul Salvador Initini Pepe, ou simplesmente Raul Roulien, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de outubro de 1904
Em 1928, formou a Companhia de Teatro Abgail Maia- Raul Roulien. Ela era atriz a Raul casou-se com ela. Ele foi o criador de um gênero chamado “Teatro de Frivolidade”, que eram espetáculos rápidos que aconteciam nos intervalos das sessões de cinema. Entre 1928 e 1930, Raul gravou nove discos, pela Odeon, todos de sua autoria.
Em 1931, Raul Roulien, já separado de Abgail, foi para Nova Iorque e conseguiu um contrato na FOX, como ator e estreou na versão em espanhol do filme “Eram 13″. De 1931 a 1934, atuou em vários filmes americanos. Entre outros fez “Deliciosa”, dirigido por David Butler, onde Raul interpretava um compositor russo e cantava “Delicius“. Seu filme mais famoso foi “Flying Down To Rio” ou “Voando para o Rio”, onde atuou ao lado de Ginger Roger e Fred Astaire. Nesse filme ele cantava “Orchids In The Moonlight”.
Raul Roulien foi quem descobriu a atriz e dançarina Rita Hayworth. Ele casou-se logo depois com a também atriz Diva Tosca. Ela, porém, foi atropelada e morreu em 27 de setembro de 1933, por um jovem americano bêbado, que veio a ser mais tarde o famoso diretor de cinema John Huston. Roulien o processou, mas sofreu perseguições, pois John Huston era de família importante americana. O ator brasileiro voltou então ao Brasil e em 1937, dirigiu o filme “Grito da Liberdade”, onde foi também ator.
Em 1937, casou-se no México, com a também atriz Nelly Rodrigues, e ao voltar para o Brasil, decide-se pela carreira de diretor. Mantém por cerca de duas décadas uma companhia teatral, e realiza três filmes de ficção: O Grito da Mocidade (1936), Aves Sem Ninho (1939) e Jangada (1949), este perdido num incêndio antes mesmo da sua estréia. Ele também dirigiu teleteatros na TV Cultura, então parte dos Diários Associados.
Em 1950, Roulien abandonou o cinema e diversificou suas atividades. Foi apresentador de programas de televisão, repórter de jornais brasileiros e estrangeiros e promotor do concurso Miss São Paulo para os Diários Associados.
Em 1984, Roulien voltou a trabalhar em cinema e começou a rodar o filme-documentário sobre o sanitarista Oswaldo Cruz, trabalho que não chegou a concluir.
Em 1995, após uma queda, Raul Roulien teve um derrame cerebral e abandonou todas as atividades. Ele faleceu em 8 de setembro de 2000, em São Paulo, vitimado por uma pneumonia, aos 95 anos de idade.