Procópio Ferreira era o nome artístico de João Álvaro de Jesus Quental Ferreira, que nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 8 de julho de 1898.
Seus pais eram portugueses e queriam que ele fosse advogado, tanto que quando o filho ingressou na Escola Nacional de Teatro do Rio de Janeiro, aos 18 anos, os pais o expulsaram de casa, mas ele queria ser ator começou no circo-teatro, gênero que teve muita popularidade naquele tempo.
Os circos, além das acrobacias, palhaços e mágicos, tinham a apresentação de uma pequena peça de teatro. Assim, ele logo passou ao teatro propriamente dito e fez um grande sucesso. Ele dizia que isso se deu, quando ele deixou de pensar com sua própria cabeça e passou a pensar com a cabeça do público.
Em 1917, no Teatro Carlos Gomes, ele estreou fazendo um criado na peça “Amigo, Marido e Mulher”. E não parou mais. Seu maior sucesso foi com a peça “Deus lhe Pague“, de Joracy Camargo , em que fazia um mendigo, na porta de uma igreja. Essa peça viajou o Brasil inteiro e sua aceitação foi muito grande e ela foi apresentada por Procópio também no exterior.
Na verdade, Procópio Ferreira foi um ator extraordinário. Participou de nada menos que 461 peças de teatro, em seus 62 anos de carreira. Além desse grande sucesso, fez também: “O Avarento”; “A Capital Federal” e “Esta Noite Choveu Prata”. Além de ator, foi autor e diretor de teatro. Escreveu nove peças, entre as quais: “Arte de Ser Marido”; “Presente do Céu”; “Boca do Inferno” e “Briga em Família”.
Procópio participou de vários filmes importantes como: “O Comprador de Fazendas”; “O Homem dos Papagaios”; “Quem Matou Anabela?”; “Titio não é Sopa”; “Em Família” e “Como Ganhar na Loteria Sem Perder a Esportiva”.
Ele também participou de algumas novelas de televisão. Fez “A Grande Viagem”; “As Minas de Prata”; “Redenção” e “Dez Vidas”, todas na TV Excelsior na década de 1960, e “Divinas e Maravilhosas” na TV Tupi. Muito inteligente e grande ator, ele nunca foi bonito, e ele mesmo se descrevia como baixinho, narigudo e atarracado. Mas isso era muito superado por sua simpatia , seu carisma e sua capacidade de transformação e interpretação.
Era um apaixonado por teatro, e chegava a fazer 18 apresentações por semana, soma jamais igualada por qualquer colega de profissão.
Procópio Ferreira foi casado três vezes e era pai da atriz e diretora Bibi Ferreira, grande nome das artes do Brasil.
Ele faleceu em 18 de junho de 1979, no Rio de Janeiro, após 21 dias de internação, por enfisema pulmonar. Na capital paulista, foi dado o nome desse grande ator a um teatro, localizado na Rua Augusta, zona nobre da cidade.
