Péricles Leal nasceu em Alagoa Grande, na Paraíba, em 17 de maio de 1930.
Era filho de Simeão Leal, jurista e ficcionista, que dedicou toda a sua vida às letras. Péricles começou em rádio, antes de ir para a televisão.
A televisão já existia, quando ele ganhou de Assis Chateaubriand uma bolsa para ir aos Estados Unidos estudar o novo veículo de comunicação. Estudou também rádio e trouxe o modelo de rádio musical, intercalado com comerciais.
No início de 1952, foi autor de uma novela para a TV Tupi, quando elas ainda não eram diárias. E Péricles já foi criativo, pois colocou um ambiente rural, em cenários montados dentro de estúdios. A novela tinha o nome de “Sangue na Terra” e passava-se na Serra da Borborema, onde se contava a história de Antônio Silvino, jagunço que se torna cangaceiro de Virgolino Ferreira, o Lampião.
Foi também Péricles Leal que criou o primeiro herói juvenil brasileiro, o Falcão Negro, grande sucesso em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o herói era representado por José Parisi e no Rio por Gilberto Martinho. Em 1961, ao lado de Túlio de Lemos, Péricles levou seu herói para o mundo dos quadrinhos. Assim como o Capitão 7 (da TV Record) o Falcão Negro saiu da televisão e foi para o universo do HQ. Ainda na TV Tupi, Leal foi autor do “TV de Aventura”. Foi quando Chateaubriand o chamou para dirigir a TV Ceará, em Fortaleza.
Ali Péricles fez parte do CPTE – Curso de Preparação de Equipes de Televisão, dado às novas Emissoras Associadas de Televisão. Mas Péricles Leal acabou por assumir a direção artística da TV Ceará. Para Péricles, televisão era um veículo, uma manifestação artística, com identidade própria. Na TV Ceará foi ele que descobriu o talento genuíno de Renato Aragão, que logo veio para São Paulo, e se lançou nacionalmente, através da TV Excelsior, tendo se transferido logo a seguir para a TV Record.
Em 1967, Péricles Leal foi para a Rede Globo de Televisão, sendo que anos mais tarde voltou a trabalhar junto com Renato Aragão, este já como Didi. Na dramaturgia da Globo, Péricles escreveu a novela “Memórias de Amor” que teve a direção de Gracindo Junior e Herval Rossano. A história era baseada no romance “O Ateneu”, de Raul Pompéia. Em 1991, escreveu “Os Homens Querem Paz”, para o programa “Caso Especial”.
Péricles Leal faleceu em 21 de maio de 1999, no Rio de Janeiro, aos 69 anos de idade, e foi um dos grandes produtores nacionais.