Mauricio Loureiro Gama nasceu em Tatuí, interior de São Paulo, em 18 de agosto de 1912.Era filho do farmacêutico Theóphilo de Andrade Gama e da professora Anézia Loureiro Gama. Seu pai faleceu muito cedo, de um acidente, um choque elétrico, e foi sua mãe a grande figura na vida de Mauricio e seus três irmãos. Sobre ela Mauricio escreveu um livro “Risonha e franca”, pois ela era uma educadora amável e delicada.
E a figura masculina marcante foi o avô, tropeiro, boiadeiro, que lhe dizia sempre: “Vai ser doutor lá em São Paulo”. E assim foi. Mauricio entrou para a Faculdade de Direiro, mas não gostou. Ficou só até o terceiro ano, tendo, porém, completado o curso bem mais tarde. O que ele gostava mesmo era de escrever. E se interessou também por figuras da política. Seu primeiro emprego foi no “Correio de São Paulo” e ganhava o dinheiro que só dava para um sanduiche e um chope. E como ele era “foquinha”, era só isso que lhe davam. Então ele atravessou a rua, foi para o “Diário da Noite”, de Assis Chateaubrinad; depois foi para o “Diário de São Paulo”, para o “Correio Paulistano” , para a “Gazeta”, para a “A Hora”.
E sempre trabalhou em vários jornais ao mesmo tempo, pulando durante todo o dia, de um jornal para o outro. Até que foi para a Rádio Tupionde escrevia uma crônica, mas sua pronúncia interiorana o impedia de lê-la. E veio a televisão. Era 1950. Mauricio recebeu um memorando dizendo: “Prepare-se para falar pela televisão”. Não sabia o que era. “Despreparado, conta ele, fez apenas ler um comentário, mas na verdade começou a ler com graça, bonito ele era, e gostaram de seu jeito. Recebeu um elogio de Chateaubrinad, seu patrão, e também jornalista: “O senhor é que sabe fazer televisão”.
Daí para frente não deixou mais de aparecer. Assim mesmo continuou seus pulos de lá para cá, chegando a trabalhar em 7 empregos ao mesmo tempo. No começo era repórter geral, mas depois se especializou em comentários políticos, e, embora achasse a política uma coisa sórdida, conheceu de perto todos os grandes políticos, que sempre o respeitaram. Além da Tupi, Mauricio também trabalhou na TV Bandeirantes por 4 vezes onde fez-se amigo da casa, e na TV Record. Entre seus programas destacam-se: “Ponta de lança”, “Edição Extra”, “Jornal do Meio Dia”, este na TV Record. Mas, em verdade, Mauricio Loureiro Gama considerava-se um homem de jornal, embora tenha trabalhado mais em rádio e televisão, sempre com muito sucesso.
Homem charmoso, teve os cabelos inteiramente brancos. Casado duas vezes, tevefilhos e netos. E teve, sobretudo, muitos amigos, que fizeram sempre questão de elogiar seu jeito elegante de ser. Quando perguntado por sua característica principal, Mauricio respondia: “A alegria. Nunca ninguém me viu triste. Gosto de sorrir, de viver. Por certo foi por isso que ganhei uma vida longa”; dizia ele sorridente e elegante nos seus 85 anos de idade.
Maurício Loureiro Gama faleceu em 02 de julho de 2004