MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


MARLENE


Victória Bonaiutti De Martino nasceu no bairro da Bela Vista, na capital paulista, em 22 de novembro de 1922

Filha de italianos, ela era a mais nova de três filhas. Sete dias após seu nascimento, seu pai faleceu e sua mãe Antonieta não se casou novamente. Ela era costureira e professora de alfabetização no Instituto de Surdos e Mudos de São Paulo. Era também devota da Igreja Batista e por isso conseguiu internar a filha mais nova no Colégio Batista Brasileiro, em troca do que, Victória tinha que arrumar os dormitórios do colégio. Ali ela ficou estudando dos nove aos quinze anos de idade. Destacou-se em atividades esportivas e no coro juvenil da igreja.

Ao deixar o colégio, foi estudar na Faculdade do Comércio, na Praça da Sé, com o objetivo de ser contadora. Foi nessa época que seus colegas lhe escolheram o nome artístico de Marlene, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich. Victória acabou por deixar de lado seu interesse em ser contadora e se dedicou somente ao canto.

Em 1940, Marlene estreou profissionalmente na Rádio Tupi de São Pulo. Em 1943, embora contrariando a família, ela partiu para o Rio de Janeiro, e foi aprovada em um teste que fez com Vicente Paiva, para cantar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ali conheceu Carlos Machado, que a levou para o Cassino da Urca. Em 1946, um decreto do presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra proibiu os jogos no Brasil e houve o fechamento dos cassinos.

Dois anos depois, Marlene se tornou cantora do Copacabana Palace, e ficou sendo estrela da casa. Passou também a atuar na Rádio Mayrink Veiga e no ano seguinte, na Rádio Globo.  Em 1946, gravou seu primeiro disco pela Gravadora Odeon, mas foi no carnaval do ano seguinte, que ela emplacou seu primeiro sucesso com a marchinha “Coitadinho do Papai”.

Estreou na Rádio Nacional, no programa de César de Alencar,  e ficou sendo uma das estrelas do Brasil. Após o fim de seu contrato com o Copacabana Palace, ela começou a cantar em várias boates cariocas. Em 1949, Marlene venceu o concurso de rainha do Rádio que era organizado pela Associação Brasileira de Rádio, com 529.982 votos, passando na frente de Emilinha Borba, que até então era a “rainha” e também das irmãs Linda e Dircinha Batista, muito famosas à época. Foi aí que originou-se a famosa rivalidade entre Marlene e Emilinha, que ficou conhecida por décadas e décadas.

Nas décadas de 1950 e 1960, Marlene gravou mais de 30 discos. Seus maiore sucessos foram:  “Saudosa Maloca”; “Mora na Filosofia”; “Lata D’Água”; “Tome Polca”; “Que nem Jiló”; “Zé Marmita” e “Sapato de Pobre”.

No Cinema ela trabalhou como cantora e também como atriz e o primeiro filme foi “Corações Sem Piloto”, em 1944, e depois vieram “Loucos por Música”; “Pif-Paf”; “Caídos do Céu”; “Esta é Fina”; “Caminhos do Sul”; “Pra Lá de Boa”; “Todos Por Um “; “Tudo Azul”; “Balança Mas Não Cai”; “Matar ou Correr”; “Adiós, Problemas”; “O Cantor e o Milionário”; “Quem Roubou Meu Samba” e “Carnaval Barra Limpa”. Seus últimos filmes como atriz foram dramas: “A Volta do Filho Pródigo” como a mãe, em uma interpretação muito elogiada pela crítica, e em 1982, ela esteve no elenco de “Profissão Mulher”, filme de Cláudio Cunha.

Marlene também trabalho no Teatro e na Televisão. Nos palcos ela esteve em montagens de musicais como “Tia Mame”; “Botequim”; “O Quarteto” e “Ópera do Malendro“, e na TV atuou no comando do programa musical “Levanta Poeira” em 1977, e no “Saudade não tem Idade”, ambos na TV Globo.

Tambem esteve em novelas, a primeira delas foi “Bandeira 2” em 1971, na TV Globo. Em 1981, ainda na Globo fez “ O Amor é Nosso”, e em 1984, na Rede Manchete, atutou na novela ” Viver a Vida” de Manoel Carlos.

Ela foi casada com o ator Luiz Delfino de 1952 a 1963, com quem teve um filho, Sérgio Henrique, e depois se casou com o engenheiro Paulo Barros, de quem ficou viúva em 2005.

Marlene faleceu em 13 de junho de 2014, no Hospital Casa de Portugal, no Rio de Janeiro, aos 91 anos de idade, de cñacer no pulmão.

 
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