Maria Clara Jacob Machado nasceu em Minas Gerais, na cidade de Belo Horizonte, em 03 de abril de 1921.
Filha do escritor Aníbal Machado e de Aracy Jacob Machado, ainda pequena ela foi para o Rio de Janeiro, onde cresceu e estudou. Começou sua carreira com o teatro de bonecos. Depois disso publicou um livro “Como Fazer Teatrinho de Bonecos”, pela Editora Melhoramentos. Seu livro se esgotou rapidamente e em 1969, foi reeditado. Ainda nessa mesma época, escreveu peças sobre fantoches.
Em 1950, recebeu bolsa de estudos do governo francês, e foi estudar teatro em Paris. Na Europa, recebeu outra bolsa de estudos da Unesco e foi estudar em Londres. De volta a Paris, em 1952, foi estudar mímica com Etienne Decroux.
Ao voltar ao Brasil, fundou no Rio de Janeiro a escola de teatro O Tablado, que dirigiu até o seu falecimento. O Tablado foi palco de estudos e revelou muitos importantes atores de teatro e da nossa TV.
Em 1956, ela fundou a revista “Cadernos de Teatro”, para orientar seus alunos. De 1959 a 1974, foi professora de Improvisação, no Conservatório Nacional de Teatro, que hoje faz parte da UNI-RIO, da qual ela foi diretora. Em 1961, foi convidada pelo governo do Rio, para dirigir o Serviço de Teatro e Diversões do Estado. Foi ainda secretária-geral do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1965, representou o Brasil no Congresso de Teatro da Juventude, em Paris. Naquela ocasião foi encenada sua peça “O Cavalinho Azul”, em Paris.
Como atriz, ela começou em 1949, na peça “A Farsa do Advogado Pathelin”. Em 1951, fez “A Moça da Cidade”, e em 1952, atuou em “O Moço Bom e Obediente” e “Sganarelo”. Em seguida esteve em “A Sapateira Prodigiosa”; “Nossa Cidade”; “O Diálogo das Carmelitas”; “Tio Vânia”; “O Tempo e os Conways”; “O Living- Room”; “Do Mundo Nada Se Leva”; “Dona Rosita, a Solteira”; “Ensina-me a Viver” e “Este Mundo É Um Hospício”, esta última em 1983.
No Cinema, Maria Clara Machado esteve, em 1951, no filme “Ângela” e em 1983, em “O Cavalinho Azul”, uma adaptação da sua própria obra.
Ela escreveu as peças infantis: ”O Boi e o Burro no Caminho de Belém”(1953); “O Rapto das ebolinhas”(1953); “A Bruxinha Que Era Boa”(1954); ”Pluft, o Fantasminha”(1955); ” Maroquinhas Fru-Fru”(1961); “A Menina e o Vento”(1962); “O Diamante do Grão-Mogol”( 1966); “Tribobó City”( 1971); “As Cigarras e as Formigas”(1974); “Quem Matou o Leão”(1977) e “Jonas e a Baleia”( 2000).
Ela formou mais de dois mil atores, muitos de importância nacional, como Malu Mader, Cláudia Abreu, Cininha de Paula, Leonardo Brício, Marcos Palmeira e Maurício Mattar.
Maria Clara Machado faleceu em 30 de abril de 2001, no Rio de Janeiro, aos 80 anos de idade, vitimada por um câncer linfático.
