MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


MARCELO REZENDE


Marcelo Luiz Rezende Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1951.

Mesmo não tendo formação acadêmica superior, destacou-se no jornalismo trabalhando nas redações das maiores organizações de mídia do país: no Grupo Globo, na Editora Abril, na Record, na RedeTV e na Bandeirantes.

Como muitos da sua geração, o jovem carioca de classe média baixa não queria estudar e virou hippie na Bahia. Mas aos 17 anos se matriculou num curso técnico de mecânica. Um dia foi visitar a redação do Jornal dos Sports, no Rio de Janeiro, com o primo Merival Júlio Lopes, que trabalhava lá. No local, se ofereceu para ajudar um senhor que datilografava uma relação de clubes de várzea. Ele era o diretor do jornal, que convidou Marcelo para estagiar.

No Jornal dos Sports Rezende ficou até os 19 anos e aí conseguiu uma vaga na Rádio Globo. Em 1972, foi convidado para trabalhar no jornal O Globo onde se aproximou do ídolo Nelson Rodrigues e do colega Tim Lopes.

Após sete anos em O Globo foi trabalhar na revista Placar, da Editora Abril. Ficou nas reportagens por oito anos e meio, cobrindo inclusive a Seleção Masculina em duas Copas. Nessa época esteve no “Roda Viva”, da TV Cultura, onde Ayrton Senna era o entrevistado.

Em 1987, entrou para a área de esportes da Rede Globo. Cobriu os clubes do Rio e esteve em transmissões de jogos onde atuou com Galvão Bueno e Chico Anysio, nas suas investidas no mundo esportivo. Foi transferido para a editoria de Geral, onde seu talento para repórter investigativo começou a ser notado.

Marcelo Rezende começou a ser escalado para matérias policiais importantes como o  sequestro do empresário Roberto Medina; o paradeiro de PC Farias; invasões do MST; pirataria fonográfica; corrupção na CBF; o caso do ‘maníaco do parque” e outros.

Em 1997, uma reportagem iria mudar a história do repórter. Marcelo foi o narrador e principal repórter do caso acontecido na Favela Naval, em Diadema, São Paulo, quando um cinegrafista amador registrou policiais atirando em pessoas durante uma operação. O caso se agravou e uma longa historia de abuso policial foi denunciada. Marcelo Rezende levou cinco dias confirmando a veracidade das imagens, com a ajuda de uma equipe de 13 profissionais. A serie virou um marco em sua carreira e na historia do jornalismo policial na tv.

Em 1999, a Globo sentiu a necessidade de abrir um horário exclusivo para o jornalismo policial e lançou o “Linha Direta”, no horário nobre. Rezende foi escalado como apresentador. O programa misturava jornalismo com a dramatização de casos reais e caiu no gosto do público, que participava, fazendo denuncias e colaborando na procura de foragidos da justiça.

Marcelo deixou a Globo em 2002 e nesse ano foi para a Rede TV onde apresentou o ”Repórter Cidadão” até 2004. Em 2005 esteve na TV Record comandando o “Cidade Alerta”.

Em 2006 voltou para a Rede TV para fazer o telejornal “RedeTV News” por dois anos, como apresentador no formato clássico.

Em setembro de 2009 assinou contrato com a TV Bandeirantes para apresentar o programa “Tribunal na TV”.  A nova atração era semelhante ao “Linha Direta”, com dramatizações de histórias, mas  somente do ponto de vista do Judiciário. O cenário era similar a um tribunal e não tinha o objetivo de encontrar fugitivos.

Em setembro de 2010 recomeçou na TV Record, fazendo grandes reportagens para o programa “Domingo Espetacular”. Na emissora assumiu o comando do “Repórter Record”, em 2011 e no ano seguinte passou a comandar novamente o “Cidade Alerta”.

Pelo fato de ser especialista em jornalismo investigativo Rezende se envolveu em muitas polemicas. Uma delas foi a reportagem mostrada no programa “Domingo Legal”, do SBT, que colocou no ar mascarados ameaçando de morte ele, José Luiz Datena, Hélio Bicudo, Geraldo Alckmin e até o padre Marcelo Rossi.

No “Cidade Alerta” Rezende popularizou bordões como “Corta pra mim!” e “Bota exclusivo, minha filha, dá trabalho pra fazer”. E enfrentou fases com o programa no ar por 4 horas, devido seu sucesso de audiência.

No Festival de Filme e Televisão de Nova York de 1994 recebeu um Diploma de Honra ao Mérito pelo seu trabalho na reportagem “Trabalho do Menor” exibido no “Globo Repórter”. No Troféu APCA de 1998 ficou com o prêmio de Telejornalismo pelas matérias sobre a violência policial em Diadema. Pelo mesmo tema recebeu o Prêmio Líbero Badaró de 1998.

Em 2013, Marcelo Rezende lançou o livro “Corta pra Mim: os Bastidores das Grandes Investigações”, pela Editora Planeta.

Em 14 de maio de 2017, a Record revelou no “Domingo Espetacular” que o jornalista estava com um diagnóstico de câncer. Sua rotina em busca da cura foi acompanhada pelo público. Mas a doença venceu.  Ele morreu no dia 16 de setembro de 2017, no Hospital Moriah, em São Paulo.

 

 
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