MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


LIA DE AGUIAR


Nascida em 30 de abril de 1927, na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, Lia Borges de Aguiar ficou conhecida como Lia de Aguiar.

Seu pai era funcionário público e sua mãe era dona de casa. Foi uma criança feliz, e desde cedo brincava de circo e de teatrinho. Quando a família se mudou para a capital de São Paulo, foi que, por sua amizade com Sagramour de Scuvero, radialista, Lia foi estudar no Colégio Ciências e Letras, de Alfredo Pucca, pois o pai havia falecido e a mãe, dona Mariquinha, não podia pagar o ginásio.

E foi nesse colégio que tudo começou. Alfredo Pucca tinha muita amizade com radialistas, entre eles Homero Silva, que dirigia e apresentava na Rádio Difusora de São Paulo, o programa “Clube do Papai Noel”. Lia começou cantando, mas logo passou para o ramo do rádioteatro. Sagramour de Scuvero também organizou um programa, que se chamava “Teatro de Brinquedo“, onde eram montadas peças teatrais infantis, levadas pelo rádio e feitas no palco, com auditório. Era no Centro do Professorado Paulista, para mais de 1.000 pessoas. Ali foram encenadas: “Branca de Neve”, “Gata Borralheira”, “Joãozinho e Maria”, e tantos outros. Lia, quando fez a madrasta da Branca de Neve, e se fantasiou de bruxa, com todas as tintas e adereços necessários, levou o público infantil ao delírio, mas, à noite, foi ela que quase não dormiu, de medo de si mesma.

Foi depois contratada pelas Emissoras Tupi-Difusora de São Paulo e começou a fazer os papéis de “ingênua”, nas rádionovelas. Seu primeiro grande papel foi em “Quo-Vadis“, com Otávio Gabus Mendes. Depois passou para o elenco de Oduvaldo Viana e esteve em inúmeros rádioteatros. Sua voz era considerada linda e sua dicção perfeita. Grande sucesso em “Tempestade D’alma”, “A Felicidade Bate a sua Porta” e “Pelos Caminhos da Vida”.

Em 1950 chegou a Televisão, e Lia de Aguiar esteve presente desde o primeiro dia da Tupi. Havia já estrelado o filme de Oduvaldo Viana, “Quase no Céu” e isso lhe garantia o estrelato. Foi ela que fez, poucos meses depois da inauguração, o espetáculo “A Vida por um Fio”. Personagem única, paralisada em uma cama, a atriz foi soberba, na realização, ao vivo, como era na época. Passou então a estrelar os principais “TV de Vanguarda“, o maior programa de televisão da época. Fez entre outros: “A Vaidosa”, “Esquina Perigosa”e “E o Vento Levou…” , sempre nos melhores papéis.

Foi entrevistadora de sucesso, e seu programa “Encontro Entre Amigos” ficou no ar por muitos anos, sempre em horário nobre. Mas um dia Lia resolveu deixar tudo e abandonou a televisão e o rádio, para se casar com Devanir Otaviano Corazza, com quem teve dois filhos: Denise e Gilberto.

Ela só voltou onze anos depois, em 1969, para fazer as novelas “Seu Último Pecado” e “Algemas de Ouro”. Fez parte do elenco da TV Record por alguns anos e na emissora participou das novelas “As Pupilas do Senhor Reitor”; “Os Deuses Estão Mortos”; “Sol Amarelo”; “Os Fidalgos da Casa Mourisca”; “O Leopardo”; “Vendaval” e “Vidas Marcadas”.

Em 1974, ela voltou para a TV Tupi para participar da novela “A Barba Azul” e na emissora ainda participou de grandes sucessos como “Ovelha Negra”; “Xeque Mate”; Tchan, a Grande Sacada”; “Éramos Seis”; “O Direito de Nascer”, no remake de 1978 e “Dinheiro Vivo“.

Com o encerramento das atividades da TV Tupi ela foi para a TV Bandeirantes fazer, em 1980, a novela “Dulcinéa Vai à Guerra”, ao lado de Dercy Gonçalves, e no ano seguinte, na TV Cultura, participa de “Partidas Dobradas“. Fez também, nessa época, nos palcos, “Feitiço”, no Teatro Popular do SESI, e “Você Tem Medo do Ridículo, Clark Gable?“.

Suas últimas novelas foram no SBT, onde ela chegou em 1982, e lá atuou nas novelas “A Força do Amor”; “A Ponte do Amor”; “Éramos Seis”; “Os Ossos do Barão”; “Fascinação”; “Pérola Negra” e “Chiquititas”, esta última em 1999.

No Cinema ela atuou em cinco filmes: “Quase no Céu” em 1949; “O Sobrado” em 1956; “O Sexo Mora ao Lado” em 1975; “Dani,Um Cachorro Muito Vivo” em 1979 e “A Hora Mágica” em 1998.

“Essa era Lia de Aguiar: Sensível, bondosa, estimada, talentosa, cujo sonho era um só: ser avó”, escreveu Vida Alves, em 1997.

Lia de Aguiar faleceu em 08 de junho de 2000, na cidade de Piedade, no interior de São Paulo, após sofrer um infarto em decorrencia de uma crise de asma, aos 73 anos de idade.

 

 
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