José Parisi nasceu na cidade de São Paulo, no bairro do Brás, em 06 de dezembro de 1917.
Descendente de italianos, deles herdou um temperamento extrovertido e uma garra de viver e trabalhar enorme. Freqüentava todos os recantos do Brás e toda a sua familia falava um português italianado, com sotaque forte. Foi influenciado pelo pai, que era analfabeto, mas tinha amor por livros. Assim comprava-os e pedia ao filho que os lesse em voz alta para ele, e para uma pequena platéia familiar. Ele fez com que o menino fosse soltando a voz e aprimorando a dicção.
José Parisi trabalhava como classificador de grãos, na Bolsa de Cereais, e um dia apresentou-se para um teste com Maria Della Costa, grande estrela da época nos nossos palcos. E ganhou o papel para fazer “Depois da Queda”, peça que fez muito sucesso.
Entre o público, na estréia, estava Dermival Costa Lima, diretor geral das Emissoras Associadas, que gostou do rapaz, de sua postura e da sua voz. Isso foi em 1946, e Parisi foi contratado para o rádio e anos depois, para a televisão, que chegava. Mas inicialmente, Parisi preferiu ficar no rádio, mas isso durou pouco. Sua figura e sua voz o induziam a fazer televisão.
Começou no “Romance Kolynos”, no “TV de Vanguarda” e participou da primeira novela da TV, “Sua Vida me Pertence”, de Walter Forster, tudo isso na TV Tupi, a pioneira.
Sua grande chance apareceu quando Péricles Leal lançou o seriado “Falcão Negro”, herói de capa e espada, que transformou o jovem Parisi no herói da garotada. Mas ele levava tão à sério as lutas e as cenas da televisão, que várias vezes, ele e os parceiros, terminaram suas noites no Hospital das Clínicas, onde tinham que ir, para os curativos finais. O “Falcão Negro “era um herói medieval, que defendia os pobres e oprimidos. E o ator não aceitava dublê para nada. Era tudo feito por ele mesmo.
O seriado “Falcão Negro” ficou mais de 8 anos no ar. E é lembrado até os dias de hoje. José Parisi trabalhou também em muitas peças teatrais como “Lua de Neon” e “Dona Rosita, a Solteira” e no Cinema participou de “O Sobrado”, em 1956; “Uma Certa Lucrécia” em 1957; “Vereda da Salvação” em 1965 e “Chão Bruto” em 1976.
Na Televisão ele teve uma carreira de mais de 30 anos que começou na TV Tupi e depois o levou para outras emissoras. O primeiro grande sucesso em novelas veio em 1964, como o Dom Jorge Luis de “O Direito de Nascer“, e em seguida atuou em “O Segredo de Laura”; “Fatalidade”; “Ana Maria, Meu Amor”; “Somos Todos Irmãos”; “A Inimiga”; “Os Irmãos Corsos”; “”A Intrusa”; “Presídio de Mulheres”; “Sozinho no Mundo”; “Nenhum Homem é Deus”; “As Bruxas”; “Simplesmente Maria”; “A Fábrica”; “Signo da Esperança”; “Rosa dos Ventos”; “Os Inocentes”; “Tchan, a Grande Sacada” e Salário Mínimo”, todas na TV Tupi.
Com o fechamento da TV Tupi ele se transferiu primeiro para a TV Cultura, onde fez a minissérie “Vento do Mar Aberto” em 1981, e depois para o SBT onde participou das novelas “Destino”; “A Leoa”; “Sombras do Passado”; “Pecado de Amor” e “Meus Filhos, Minha Vida“. Em 1986 foi para a TV Manchete e fez as novelas “Novo Amor” e “Mania de Querer”, a última em 1986.
Ele ficou casado com Dirce d’Andrea por 40 anos e teve dois filhos, o também ator e dublador José Parisi Junior e Margareth D’Andréa.
José Parisi faleceu em 29 de dezembro de 1992, na capital paulista, aos 75 anos de idade.