O seu nome é exatamente esse, mas é mais conhecido como “ Zé do Caixão” e usou muitas vezes também o pseudônimo de J. Avelar. Ele nasceu na capital paulista, em 13 de março de 1936.
Ele foi ator, diretor, produtor, roteirista e professor de atores, e sua atuação se concentrou mais no Cinema.
Mojica nasceu numa fazenda pertencente a fábrica de cigarros “Caruso”, no bairro de Vila Mariana, em São Paulo. Seus pais eram se origem espanhola e trabalharam em circo. Quando era pequenino, passava o dia lendo revistinhas, gibis, vendo filmes e entrando na sala de projeção do cinema, no qual o pai passou a trabalhar.
Aos 12 anos, o pai lhe deu uma câmera V-8 e ele não parou mais de fazer cinema.E levava aquilo tão a sério, que depois exibia os filmes para os amigos, cobrava pequenos ingressos e com isso cobria as poucas despesas que tinha para realizar os filminhos.
Estava com 17 anos quando montou uma escola de atores, para poder ganhar mais dinheiro e fazer seus filmes. Os alunos eram conhecidos seus, pois como ele dizia: “ Quem caia na sua rede……”. Para testar a coragem e a entrega aos papeis, fazia os alunos comerem e mastigarem insetos vivos.Só assim eram aprovados.
Em 1955, resolveu fazer um filme de longa metragem que se chamaria “Sentença de Deus”. Enfiou nele todo o seu dinheiro, tudo o que tinha ganho com os “filminhos”, como ele próprio chamava, mas não conseguiu terminar. E “Sentença de Deus” ficou inacabado.
Em 1958, Mojica conseguiu uma lente de 75 mm e isso o ajudou muito. Teve até a coragem de chamar duas atrizes, que não eram de sua escola de teatro, par engrossar o elenco, e fez “A Sina do Aventureiro”, que na opinião do pesquisador Rodrigo Pereira : “ É o primeiro “ western feijoada”, do cinema brasileiro. Mojica conseguiu fazer amizade com os irmãos Valancy, donos do Cine Coral, e eles puseram o filme em cartaz. E foi uma longa temporada.
Algum tempo depois, o produtor Nelson Teixeira Mendes contratou Mojica para ser ator em “O Diabo de Vila Velha”. Mojica pediu pra levar o pai junto, pois ele estava doente. O diretor era Ody Fraga, mas este, por circunstancias várias, acabou brigando e se afastando da direção do filme. Mojica assumiu a direção. Foi a primeira grande direção que fez.
Nos anos 1960 Mojica criou o” Zé do Caixão”. Ele foi criado exatamente em 11 de outubro de 1963. O nome copiou de uma lenda que leu, acontecida há milhões de anos. O tipo copiou de Bela Lugoza, que interpretava o “Drácula”. Ele fez o Zé do Caixão no filme “A Meia Noite Levarei Sua Alma”, de 1963. Depois repetiu- o em diversas outras filmagens. O cruel e sádico “ Zé do Caixão”, deixou as unhas crescerem enormemente, inspirado em “Nosferatu”.
José Mojica Marins foi diretor de 40 filmes. Todos com boa bilheteria e vários exibidos em festivais e comercialmente em vários outros países. Ele também foi ator em cerca de 25 filmes. Começou a atuar em 1960 e foi até 2009.
Recebeu inúmeros prêmios, sendo alguns internacionais, como o “Cine Fantastico y de Terror Sitges- da Espanha”, em 1973; o “L’Ecran Fantastique”, em 1974; o “Tiers Monde da Imprensa Mundial”, na II Convention Du Cinema Fantastique, na França, em 1974.
Venceu também o ”Fant-Asia Festival”, em 2009 e o prêmio do Juri “Carnet Jove do Sitges- Catlonian Internacional Film Festival”, em 2008.
José Mojica Marins, o popular Zé do Caixão faleceu em São Paulo, aos 83 anos, em 19 de fevereiro de 2020 e foi velado do Auditório do Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), e teve seu corpo sepultado no Cemitério São Paulo, na capital paulista.