João Restiffe nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Caconde. Seu pai, Paulo Restiffe, siciliano, veio da Itália no começo do século XX e casou-se com Severa Papaglia.
Tiveram vários filhos e o caçula João, foi sempre um garoto muito esperto.Nasceu em 27 de junho de 1925. Comerciante que era, Paulo Restiffe não se opôs, quando o menino quis acompanhar o irmão, que já estava morando na capital paulista. E assim João, que veio para estudar, logo arrumou amigos que trabalhavam na Rádio Record de São Paulo. E fez muitas amizades. Nisso o garoto era bom.
Foi pela mão de Blota Junior, que já era um grande profissional de rádio, que João começou a trabalhar. E, embora estudando, logo o convidaram também para pequenas “pontas” nas companhias teatrais da época. E assim ele fez viagens com as Companhias de Nino Nelo, João Rios, Totó, depois Procópio Ferreira e, por fim conheceu Mazzaroppi. Este foi o fio condutor que o levou à televisão.
Amácio Mazzaroppi fez o primeiro programa humorístico da televisão e João Restiffe foi ficando sua “escada”, isto é: aquele que dialoga com o astro principal. Foi a versatilidade e o bom gênio de Restiffe, pode-se dizer, que lhe abriram as portas da Televisão Tupi, dos teatros e mais tarde dos filmes de Mazzaroppi. Houve um dia em que Cassiano Gabus Mendes, que era o diretor artístico, percebeu aquelas qualidades de Restiffe e pediu a ele que intermediasse as peças de teatro de São Paulo e até do Rio, para que montassem um espetáculo na Televisão Tupi, às 2ªs feiras, dias de folga teatral. Os elencos, as roupas, os diretores iam com tudo. Só o cenário e a parte técnica ficavam com a emissora de televisão.
Foi um grande achado, já que os atores teatrais, não se interessavam e até desprezavam a tela pequena. Restiffe costurou o esquema, que deu muito certo e “O Grande Teatro Tupi” ficou muitos anos no ar, levando para a televisão grandes nomes, como Cacilda Becker, por exemplo. Como ator, Restiffe permaneceu sempre ao lado do grande Mazzaroppi, que já era dono de companhia cinematográfica, com estúdio próprio no interior de São Paulo, e com um público cativo. Era o maior cartaz brasileiro.
Mais tarde, porém, Restiffe, que já havia se casado com Dagmar, com quem teve duas filhas, arranjou um emprego público e deixou a carreira artística. Mas não se pode esquecer que ele participou do: “Rancho Alegre”, da “Bola do Dia”, e inúmeros outros programas de televisão. E que no cinema fez, na Companhia Vera Cruz, entre outros, os filmes: “Rebelião em Vila Rica”, “Dona Violante Miranda”, ao lado de Dercy Gonçalves, e tantos outros. Ao todo João Restiffe fez mais de 20 filmes. A verdade, porém, é que seu jeito de ser amigo, de fazer amigos, de querer bem às pessoas é que fez dele um homem feliz e realizado, como ele afirma que é.
