MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


JECE VALADÃO


Gecy Valadão nasceu em Campos de Goytazes, em 24 de julho de 1930, no estado do Rio de Janeiro.

Foi criado, porém em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, pois o seu pai, que era ferroviário, foi transferido para lá. Nessa cidade ele iniciou sua carreira, em 1948, sendo locutor e radialista na emissora local. Sua paixão, porém, era o cinema. Mas ele também se destacava disputando campeonatos de surf pelo Brasil.

Mudou-se sozinho para o Rio de Janeiro em 1949, adotou o nome artístico de Jece Valadão, e iniciou seus estudos teatrais e conheceu Dulce Rodrigues, irmã do teatrólogo e jornalista Nelson Rodrigues, que viria a ser sua primeira esposa. Ele fez parte do elenco das primeiras montagens de várias peças do cunhado e administrou a companhia teatral criada por Dulce Rodrigues.

Estreou no Cinema em 1949, fazendo uma figuração na comédia “Carnaval no Fogo” e depois foi um garçom em “Também Somos Irmãos” em 1950. Nessa década ainda atuou em “Barnabé, Tu És Meu”; “Amei um Bicheiro”; “Carnaval em Caxias”; “Rio, 40 Graus”; “Garotas e Samba”; “Rio, Zona Norte” e “Mulher de Fogo”. 

Chegou à Televisão em 1956, onde na TV Tupi participou do “Teatro Câmera Um” e depois do seriado “Falcão Negro” e do “Teleteatro Tupi”. Em 1964, estava no elenco da novela “O Desconhecido“, na TV Rio e depois, em 1965, participou de “22-2000 Cidade Aberta“, na TV Globo.

Mas foi na década de 1960 que Jece Valadão se tornou um dos principais nomes do cinema brasileiro. Estrelou filmes como “Tudo Legal”; “Favela”; “Mulheres e Milhões“, o polêmico “Os Cafajestes” em 1962, filme que apresentou o primeiro nu frontal do nosso cinema, pela atriz Norma Bengell; “Bonitinha, Mas Ordinária”; “Boca de Ouro”; “Asfalto Selvagem”; “História de Um Crápula”; “Paraíba, Vida e Morte de Um Bandido”; “A Lei do Cão”; “Mineirinho, Vivo ou Morto”; “A Espiã Que Entrou Em Fria”; “As Sete Faces de Um Cafajeste”; “Os Raptores”; “Quelé do Pajeú”; “Navalha na Carne” e “O Matador Profissional”.

Na década de 1970 ele montou sua própria produtora cinematográfica e dirigiu e interpretou vários sucessos do nosso cinema como: “O Enterro da Cafetina”; “Memórias de um Gigolô”; “A Difícil Vida Fácil”; “Um Edifício Chamado 200”; “Nós, os Canalhas”; “O Homem de Papel”; “A Noite dos Assassinos”; “Ninguém Segura Essas Mulheres”; “Quem Matou Pacífico?” e “Eu Matei Lúcio Flávio”.

Nos anos 1970, Jece Valadão se casou com a atriz Vera Gimenez, estrela de vários filmes dele, e também fez aparições na Televisão, atuando na novela “Pigmalião 70” na TV Globo; no “Programa Flávio Cavalcanti” na TV Tupi, como jurado; na novela “Tempo de Viver” em 1972 na TV Rio; como jurado na “Buzina do Chacrinha” na TV Tupi e em alguns programas “Os Trapalhões” na TV Globo.

Jece Valadão criou para si próprio a imagem do homem rude, machão e durão. Era esse o tipo que preferia, para representar. Nos anos 1980, fez os filmes “O Torturador”; “A Idade da Terra” e “Águia na Cabeça” e atuou na novela “Transas e Caretas” da TV Globo, em 1984; na minissérie “Anos Dourados”, em 1986, também na Globo; na novela “Olho Por Olho” na TV Manchete, em 1988 e no programa “Bronco” na TV Bandeirantes em 1989.

Em certa fase da vida, nos anos 1990, ele transferiu-se para uma igreja protestante, chegando a tornar-se pastor da igreja Assembléia de Deus. Nessa época, reduziu suas participações no cinema apenas para duas atuações nos filmes “Tieta do Agreste” em 1996 e “O Cangaceiro“, em 1997.

Na Televisão, na década de 1990, ele apareceu mais com participações na novela “Pantanal” e na minissérie “O Fantasma da Òpera“, ambas na TV Manchete, e na TV Globo fez a novela “O Dono do Mundo” e as minisséries “Contos de Verão”; “Memorial de Maria Moura” e “A Vida Como Ela É”.

Em 2003, ele fez uma participação no filme “Garrincha, Estrela Solitária” e em 2005, atuou em alguns episóidios de “A Diarista” na TV Globo. Em 2006, atuou na novela “Bang Bang” na TV Globo e depois em “Cidadão Brasileiro” na TV Record. Nesse mesmo ano, teve papel de destaque na minissérie “Filhos do Carnaval” da HBO e seu último trabalho foi no filme “Encarnação do  Demônio” de José Mojica Marins.

Jece Valadão faleceu em 27 de novembro de 2006, em São Paulo, aos 76 anos de idade, de insuficiência renal.

 

 
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