MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


GONTIJO THEODORO


O nome de Gontijo Theodoro é Gontijo Soares Theodoro. Filho de Luiz e Luiza. Luiz, o pai, é descendente de espanhóis. Gontijo nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 20 de março de 1924. O pai, Luiz, era caixeiro viajante e a mãe, de família tradicional mineira, passou uma fase de dificuldades financeiras, ajudando a sustentar a família pedalando sua máquina de costura. O garoto Gontijo e seus irmãos tiveram uma infância tranqüila, pois aquele era um lar de amor, mas ele gostava de brincar de locutor numa latinha de massa de tomate. Já no Rio de Janeiro, para onde a família havia se mudado, Gontijo imitava os grandes locutores da época: César Ladeira, Urbano Lóes e outros.

Tendo se mudado para Petrópolis, a primeira vez que Gontijo participou de um programa de calouros, cantou, e foi “gongado”. Mas para falar, tinha jeito. E foi para Belo Horizonte, depois para a cidade de Formiga. Conheceu o Capitão Furtado, grande nome da Rádio Bandeirantes de São Paulo, e que estava em turnê artística pelo interior. Gontijo acabou indo para aquela emissora paulista e aí começou realmente sua trajetória. A seguir foi para a Rádio Nacional do Rio, sempre como locutor. O rádio tinha grande importância na época e Gontijo Theodoro foi crescendo e logo passou a apresentador de programas. Cabia a ele anunciar os grandes cantores, as orquestras de até 200 figuras, coisa que nunca mais voltou a existir.

Foi nessa época que a televisão foi inaugurada. No Rio de Janeiro, um ano após São Paulo. Gontijo pensou que não iriam chamá-lo para a televisão, mas foi o oposto. Começou a apresentar: “Retratos da Semana”, na Televisão Tupi do Rio. Já era jornalista registrado e tinha o futuro à frente. Foi aí que a verdadeira sorte chegou a ele, quando foi escolhido para ser o “Repórter Esso”, programa que já existia em rádio e que ia ser inaugurado na televisão. Esse foi o principal programa telejornalístico por muitos e muitos anos, com enorme importância em todo o Brasil. Gontijo ficou à frente do Repórter Esso por 18 anos, 9 meses e 10 dias. Aquele era o verdadeiro Diário Oficial de toda população brasileira. Com sua voz possante e dicção perfeita, Gontijo Theodoro, às 8 horas da noite, em ponto, dava o seu “Boa Noite” e passava a informar só notícias confirmadas.

Sua credibilidade era tanta, que houve um tempo em que se dizia: “Se o Repórter Esso não deu, não aconteceu”. Nunca foi necessário desfazer uma notícia. Não era um programa opinativo, era um jornal inteiramente informativo. Mas um dia o “Repórter Esso” acabou e Gontijo Theodoro teve dificuldade em ser aceito para outra emissora. Sua voz havia marcado demais. E aí ele começou a diversificar suas atividades. Publicou dois livros: “Você entende de notícias” e “Jornalismo na TV”. Por vários anos foi também editor do “Jornal Messiânico”, em São Paulo, mas de circulação nacional.

Depois teve um programa que é um talk-show na Rádio Guanabara do Rio de Janeiro, com entrevistas, comentários e muitas coisas.Sempre com muita atividade, Gontijo se dedicou também, assim como toda sua família, à religião messiânica, onde aprendeu que “só pode ser feliz, aquele que faz antes o seu próximo feliz. E assim a felicidade virá para você”. Gontijoacreditou ainda que o homem veio à terra para realizar coisas. A presença do ser humano na terra se prende à realizações. E sua frase escolhida para encerrar seu depoimento, foi uma frase de Adolpho Bloch, dono da Rede Manchete, que dizia: “O importante não é ser, nem ter, nem parecer, mas fazer”. Esse foi Gontijo Theodoro, simpático, carinhoso, amigo, o eterno “Repórter Esso”.

Gontijo Theodoro faleceu em 05 de setembrode 2003

 
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