Ambrósio Fregolente nasceu na capital paulista, em 15 de outubro de 1912.
Foi ator de grande personalidade. Começou a carreira de ator aos 35 anos de idade. Mas aí enveredou pelo teatro, cinema e televisão. E mesmo tendo começado tão tarde, conseguiu o que poucos atores conseguem na carreira: a marca de mais de 100 participações entre filmes, peças de teatro e novelas.
Fregolente era formado em Medicina, com especialidade em psiquiatria. Mas se formou só aos 50 anos, e por muito tempo teve consultório no Rio de Janeiro, que dividia com a sua função de ator, que ele exercia com muito entusiasmo e amor.
Seu começo foi no Cinema em 1948 com o filme “Almas Diversas” e entre seus maiores sucessos na telona estão “Três Vagabundos”; “Absolutamente Certo”; “O Barbeiro Que se Vira”; “Cidade Ameaçada”; “Assalto ao Trem Pagador”; “Bonitinha, Mas Ordinária”; “Crônica da Cidade Amada”; “O Homem que Comprou o Mundo”; “As Duas Faces da Moeda”; “A Penúltima Donzela”; “Anjos e Demônios”; “Vai Trabalhar, Vagabundo”; “Sedução”; “O Casamento”; “Um Marido Contagiante”; “Ajuricaba, o Rebelde da Amazônia” e “Gargalhada Final”.
Fregolente era grande amigo do escritor, jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues. Dizem que a primeira coisa que fez, quando se formou médico, foi telefonar para Nelson, que escreveu uma crônica sobre isso. Fregolente foi considerado pela crítica, como o ator mais “afinado” com o estilo rodrigueano. Personificou muito bem os tipos imaginados e escritos por Nelson Rodrigues.
Fregolente foi também bom ator de Televisão, embora não tenha tido muitos papeis nesse veículo, mas atuou com brilhantismo nas novelas “Dona Xepa”; “Sinhazinha Flô” e “Dancin’Days”, onde interpretou o ricaço Veiga, todas elas na TV Globo
Na TV conta-se sobre ele um episódio muito marcante: Fregolente, como muitos outros atores, não conseguia decorar os textos, na urgência que as gravações exigiam. E assim grudava “colas”, em várias partes do cenário. O cenógrafo Pernambuco de Oliveira, gostava de adornar os ambientes com flores, folhagens, etc. E nelas, o ator Fregolente colou suas “falas” na gravação de uma novela. No decorrer do dia, porém, Pernambuco de Oliveira achou o cenário muito entulhado de flores e retirou-as todas. Na hora da gravação, Fregolente, que não havia decorado o texto, o procurava, mas as flores e as plantas não estavam mais lá. E então ele se pôs a gritar:”Cadê minhas dálias? Cadê minhas dálias?” Os colegas no estúdio explodiram em gargalhadas e o diretor mandou colocar os comerciais. E dai para a frente, todas as “colas”, que são colocadas em cena, chamam-se “dalias”.
Fregolente foi um ator consagrado e faleceu em 19 de março de 1979, na cidade do Rio de Janeiro, aos 66 anos de idade.