MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


DULCINA DE MORAES


Dulcina Mynssem de Moraes nasceu na cidade de Valença, estado do Rio de Janeiro, em 03 de fevereiro de 1908.

Durante toda a sua vida ela foi atriz de teatro. Intérprete de estilo próprio, sobretudo no gesto e no rosto, e de temperamento mais propício à comédia, Dulcina atravessou cinco décadas de montagens sucessivas, três delas à frente de sua companhia, tornando-se um “monstro sagrado” do teatro brasileiro.

Na década de 1950, ela criou a Fundação Nacional de Teatro, uma das primeiras escolas de formação em teatro no país. Filha dos atores Conchita e Átila de Morais, Dulcina tomou parte em representações da companhia mambembe dos pais ainda bebê.

A carreira de atriz começou na década de 1920, quando assinou seu primeiro contrato com a Companhia Brasileira de Comédia, de Viriato Corrêa. Aos 17 anos, entrou para a empresa teatral de Leopoldo Fróes, a mais importante do início do século. Já no começo de carreira, seu desempenho chamou a atenção do público e da imprensa. Ao mesmo tempo em que é elogiada pela sinceridade, pela naturalidade e pelo temperamento vivaz, recebeu restrições a seus excessos e sua falta de domínio do rosto e dos gestos.

Em 1934, fundou com o marido, o ator Odilon Azevedo, a Companhia Dulcina-Odilon. No mesmo ano, protagonizou “Amor”, de Oduvaldo Vianna. O autor se encarregou da orientação artística da montagem e promoveu uma lapidação na interpretação da atriz que a fez, segundo o crítico Mário Nunes, transformar seu nervosismo em expressividade e, dessa forma, atingir “a posição mais alta que no nosso meio, uma atriz pode alcançar”.

O sucesso da atriz atingiu as camadas mais altas da sociedade e Dulcina fez moda, os vestidos que usou em cena serviram como modelo para o público feminino. Ganhou medalha do mérito da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, como melhor atriz do ano de 1939, pelo conjunto de trabalhos.

Em 1945, a montagem de “Chuva“, de John Colton e Clemence Randolph, teve apoio e subvenção do ministro Capanema para uma temporada oficial no Teatro Municipal. O espetáculo se tornou um marco em sua carreira, na medida em que se mostrou engajado na modernização teatral e a  crítica considerou o papel de Sadie Thompson um dos melhores da carreira da atriz.  Um dos aspectos que mais impressionou o público, foi a chuva, que durante os três atos caiu sem parar no palco. Em viagem ao exterior, Dulcina mereceu destaque na imprensa espanhola e “Chuva” se tornou o carro-chefe da companhia, fazendo parte de seu repertório durante 15 anos. Em 1949, ganhou novamente o Prêmio ABCT, mas agora como melhor direção por “Mulheres“, de Claire Boothe.

No final dos anos 1950, convencida da necessidade de revestir a profissão de ator de uma preparação técnica, a atriz investiu o dinheiro poupado ao longo da carreira na criação da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), que realizou cursos e espetáculos. Em 1972, transferiu-se com sua fundação para a capital federal, Brasília.

Dulcina só retornou ao palco carioca em 1981, a convite de Bibi Ferreira, que a dirigiu em “O Melhor dos Pecados“, de Sérgio Viotti, escrito especialmente para a atriz. Ganhou o Prêmio “Molière Especial”. O crítico Yan Michalski, identificando que toda a razão de ser do espetáculo estava no retorno e na homenagem a Dulcina, a define como “monstro sagrado”, termo que identificava os grandes atores, capazes de unir carisma e técnica numa interpretação pessoal.

No final dos anos 1950, a atriz participou do programa “Teatro de Variedades”, pela TV Tupi do Rio de Janeiro, que levava adaptações de peças teatrais para a Televisão, o que foi o caso de “Uma Mulher de Outro Mundo”.

Dulcina de Moraes faleceu em Brasília, em 27 de agosto de 1996, aos 88 anos de idade.

 
Apoio
ABCD Nossa Casa
ABCcom
ABERT
ABTU
ACESP
Apodec
Centro Universitário Belas Artes
BRAVI
Coleção Marcelo Del Cima
Comunique-se
Fórum SBTVD
Grupo Observatório
Gugu Vive
IBEPEC
Kantar Ibope Media
O Fuxico
Radioficina
RITU
SET
Sindicato dos Radialistas de São Paulo
TUB
TudoRádio
Universidade Anhembi Morumbi
APJ
UBI
Vela – Escola de Comunicação