MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


DIONÍSIO AZEVEDO


Taufic Jacob nasceu em 4 de abril de 1922, na cidade de Barro Preto, hoje conhecida por Conceição Aparecida, no estado de Minas Gerais.

Ele e os irmãos logo cedo foram para Muzambinho, onde Dionísio fez os estudos primários. Com 16 anos veio para São Paulo. Já no interior demonstrava desejo de ser artista. Ia sempre ao cinema de sua cidade, e dizia a todos que logo iriam ver seu nome na tela. Em São Paulo freqüentava a Igreja Prebisteriana do Brás, ao lado dos avós, e nos palcos da igreja fez suas primeiras apresentações.

Foi parar no Instituto Nacional do Cinema, onde conheceu o cineasta Lima Barreto, que praticamente o adotou e a quem Dionísio chamava de “grande mestre”. Com ele aprendeu os rudimentos da arte, do roteiro e da interpretação, e adotou o nome artístico de Dionisio Azevedo. Procurou o rádio e, através de Lima Barreto, foi apresentado ao radialista Oswaldo Moles. Começou então sua carreira de radioator.

A voz de Dionísio Azevedo era forte, e quando chegou a Televisão Tupi, em 1950, Dionísio aliou-se a Cassiano Gabus Mendes e a Walter George Durst e, arregaçando as mangas, começou a escrever roteiros, a dirigir teleteatros e a interpretar grandes papéis. Durante os vários anos da televisão ao vivo, Dionísio Azevedo foi um dos maiores nomes do novo veículo.

Foi ele que assinou o primeiro “TV de Vanguarda”, que foi “O Julgamento de João Ninguém”, um grande sucesso. Dentre os trabalhos que Dionísio Azevedo fez, e foram inúmeros, pode-se salientar “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, que ele adaptou para a televisão, numa busca ousada do uso da linguagem brasileira do grande escritor, e com interpretação de Lima Duarte.

Além dos incontáveis sucessos criados pro Dionísio Azevedo para a televisão, como grande ator que era, ele também foi ator de cinema e de teatro. No Cinema fez “Quase no Céu”; “O Sobrado”; “A Pequena Órfã”; “O Pagador de Promessas”; “Lampião, o Rei do Cangaço”; “O Santo Milagroso”; “Corisco, o Diabo Loiro”; “Independência ou Morte”, onde viveu José Bonifácio; “A Virgem”; “O Dia Em Que o Santo Pecou”; “Sedução”; “Bacalhau”; “O Caçador de Esmeraldas”; “Fuscão Preto”; “A Marvada Carne”  e “Kuarup”. Também dirigiu vários filmes e o primeiro longa-metragem que dirigiu foi “Chão Bruto”, em 1958, e em uma nova versão, 16 anos depois.

No Teatro também foi muito atuante e fez “O Bezerro de Ouro”; “A Morte do Caixeiro Viajante” em 1962; “O Pagador de Promessas” na década de 1970, e “Um Tiro no Coração”, em 1984, onde vivia Getúlio Vargas, entre outros espetáculos.

Dionísio Azevedo depois de trabalhar por muitos anos nas Emissoras Associadas, esteve na TV Excelsior, para onde foi em 1963, e onde fez “Ambição”; “A Moça Que Veio de Longe”; “A Outra Face de Anita”; “O Tempo e o Vento” e “A Pequena Órfã”. Em 1970, se integrou ao elenco da TV Record, onde atuou e dirigiu o sucesso “As Pupilas do Senhor Reitor” interpretando o velho Reitor, e depois a novela “Os Deuses Estão Mortos“. Fez ainda “Meu Pedacinho de Chão“, em 1971, exibida e produzida pela TV Cultura e pela TV Globo.

Foi para a TV Globo em 1977, e esteve na novela “Dona Xepa“, e em seguida lá viveu seu maior sucesso nas telenovelas, o personagem Salomão Hayalla, de “O Astro”, novela de Janete Clair. Ainda participou na emissora de “Pai Herói“. Em 1980, ele se transferiu para a TV Bandeirantes onde atuou nas novelas “Pé de Vento”; “O Meu Pé de Laranja Lima“, outro grande sucesso como o seu Portuga, e “Os Imigrantes”.

Voltou para a TV Globo em 1982 para atuar na minissérie “Quem Ama, Não Mata“, e lá fez seus últimos trabalhos na Televisão, participando das novelas “Pão Pão, Beijo Beijo” em 1983, e da minissérie “Meu Destino é Pecar” em 1984.

Ele foi casado por 41 anos com a atriz Flora Geny e eles tiveram dois filhos, o roteirista Dionísio Jacob, mais conhecido como Tacus, e Noel Marcos, que faleceu aos 15 anos de um acidente automobilístico.

Dionísio Azevedo veio a falecer em 11 de dezembro de 1994, semanas depois de receber o título de Cidadão Paulistano, na Câmara dos Vereadores de São Paulo, vitimado por um câncer no cérebro, aos 72 anos de idade.

 
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