MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


DANIEL FILHO


O nome de Daniel Filho é João Carlos Daniel. Nasceu a 30 de setembro de 1937 na cidade do Rio de Janeiro. Seu pai, Juan Daniel começou sua carreira como bailarino, em Buenos Ayres. Era espanhol de Barcelona. A mãe, Maria Irma era de família de circo. Daniel é a quinta ousexta geração circense. E, como ocorre entre as pessoas de circo, eram todos parentes. Assim há a família de Piolin, os de Misiara, de Bibi Ferreira, e a de Daniel Filho. O primeiro filme de Oscarito era em dupla com um tio de Daniel.

O casamento de seus pais foi meio escondido, tendo como padrinho o grande cantor Silvio Caldas. Juan Daniel, o pai, projetou-se como cantor, e foi dele o primeiro lançamento da famosa “Solamente una vez”. Era a época dos cassinos e dos teatros de revista. Daniel, filho único, entrou no circo do pai. Estava com seis ou sete anos. Era o Circo Atlântico, que tinha picadeiro e palco. Entrava e ficava de ladinho, só para enrolar e desenrolar os tapetes. Depois já apareceu dentro de um caixote, de onde saia em uma determinada hora, para assustar o palhaço, com um pano branco na cabeça. Daniel gostava de fazer esse “fantasma” e era no circo que ele passava todos os seus dias.

Era maquinista do teatro e conseguia montar toda a lona “numa pancada só”. Também foi eletricista, ponto, fez de tudo. Assim mesmo deu para estudar, pois a família, isto é, os avós, moravam fixos no Rio, e ali ficava Daniel, pois os pais viajavam para os cassinos. Já mocinho foi para o teatro de revista. Fez isso escondido dos pais, pois era fascinado por aquele mundo. Era tímido. Não davam certo suas “paqueras”, embora estivesse ficando um rapaz muito bonito. Profissionalmente começou na companhia dos pais, em 1952. E já tinha feito várias peças, quando foi convidado para a TV Tupi do Rio de Janeiro. Heloisa Helena, principal figura da televisão daquele tempo, e que era muito amiga de seus pais, foi quem o chamou.

Ao mesmo tempo Eva Todor o chamou para participar de “Aventuras de Eva”. Continuou, porém, em teatro e fez o galã de “Maria Caxuxa”, de Juracy Camargo. Estava lançado como “mocinho”, de televisão e teatro. Foi para a TV Rio. Fazia sistematicamente as duas emissoras de televisão. Sua memória era muito boa. Participou também, várias vezes do “Câmera um”, de Jacy Campos. Logo fez sucesso e trabalhou em muitos programas ao mesmo tempo. Quanto mais trabalhava, mais cachê ganhava. Depois foi para São Paulo, para a TV Paulista. E era a “Ponte Aérea” toda semana. Era o tempo da televisão ao vivo, antes do vídeo-tape. Havia uma grande união, uma grande amizade entre todos. Foi nessa mesmo época que Daniel Filho começou a fazer cinema, em filmes doCarlos Manga, do Ronaldo Lupo. Fez “Colégio de brotos”, trabalhou com Zé Trindade. O rapaz estava em todas.

Trabalhou com Tonia Carreiro, com Agildo Ribeiro. Seu grande sucesso foi “Os cafagestes”, com o chamado Cinema Novo. Depois “Boca de Ouro”. Sobrava tempo, nem sabe como, para fazer inúmeras dublagens. Foi então para a TV Excelsior, Canal 9 em São Paulo, e 2 no Rio. Fazia programas de humor, cantando também. Foi quando se deu uma grande virada em sua vida e ele começou a dirigir, no programa de grande sucesso que se chamava “Time Square”, onde trabalhava ao lado de Dorinha Duval, com quem depois se casou. Em São Paulo passou a dirigir o “Chico Anysio Show”. Isso sem deixar as novelas, como “A grande viagem”, em que fazia o galã de Regina Duarte. Aí foi formado o Telecentro e Daniel ficou trabalhando ao lado de Boni, que viria a ser o grande homem de televisão. Quando o Boni foi para a Globo, Daniel Filho foi como diretor de “A Rainha Louca”, de Gloria Magadan.

Dirigia simultaneamente duas novelas, uma com o nome trocado, para não parecer que o cast da Globo era fraco. Dirigiu “Sangue e areia”. Foi ele quem levou para a Globo, Janete Clair. Ela fez a novela “Anastácia”, em que houve o “famoso terremoto”, em que ela matou todo mundo. Nisso, por pequeno desentendimento com Boni, Daniel foi para a TV Rio. Voltou seis meses depois. E nessa época a TV Globo de São Paulo pegou fogo e tudo foi transferido para o Rio. Daniel dirigia simultaneamente “Rosa Rebelde” e “A cabana do Pai Thomás”. Fez “Irmãos Coragem”, dirigiu “O primeiro baile”, e inúmeras outras como: “Pecado Capital”, “O Astro”, “Dancing Days”. Foi ele também quem mais fez “Séries brasileiras”, como: ”Malu Mulher”, “Plantão de Polícia”, “Carga Pesada”, “Confissões de Adolescente”, “A Justiceira”, “Mulher”. Todas séries de imensosucesso.

Sem contar: “Grandes Sertões Veredas”, que ele dirigiu ao lado de Walter Avancini. Trabalhou ainda como ator em mais de vinte filmes. E na Globo ajudou a criar ainda a Globo Filmes. Esse é Daniel Filho. Um homem inteiramente ligado à arte, desde a mais tenra idade e que até hoje dedica toda a sua vida à sua profissão. Ele tem orgulho de dizer que a Globo, onde foi o Diretor de Programação, faz um trabalho sério, cumprindo seu dever junto à população. Daniel Filho casou-se quatro vezes e tem filhos, com quem se dá maravilhosamente bem, assim também como é muito amigo de suas ex-mulheres.

Sua mais forte marca é o orgulho de ser um homem de televisão. Quando perguntado quem ele é, responde rápido: “Sou um ser de televisão, que é uma coisa de máxima importância, e que hoje é respeitada internacionalmente. Esse era o meu sonho de menino. Esse é o meu orgulho como ser humano. Eu ajudei a fazer a televisão”. Hoje, porém,Daniel Filho voltou-se principalmente ao cinema, tendo dirigido “Se eu fosse você”(2006), “Tempos de Paz” (2009), “Se eu fosse você 2” (2009), uma das maiores bilheterias do cinema nacional desde a retomada e “Chico Xavier” (2010).

Em 2010 ainda, dirigiu e narrou o seriado “As Cariocas”, exibido com sucesso na TV Globo. E no ano seguinte, em 2011, voltou a atuar e fez o personagem Salomão Hayalla, no remake da novela “O Astro”, exibida agora às 23 horas, no formato de macrossérie.

Esse é o Daniel Filho, um ser eternamente em evolução.

 
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