MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CHICO ANYSIO


Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu na cidade de Maranguape, no Ceará, no dia 12 de abril de 193o.

O pai de Chico Anysio foi casado quatro vezes e teve 17 filhos, dos quais só uma morreu. Aos oito anos o garoto foi com a família para o Rio de Janeiro e já começou a imitar as pessoas, e para ir ao cinema ou ao futebol, economizava o dinheiro do bonde, indo a pé para o colégio.

Com 14 anos, começou a ir aos programas de calouros do Rio e depois de São Paulo, e ganhava todos. A ponto de não o aceitarem mais. Foi ao “Programa Ary Barroso”, “Hora do Padre” e ao “Trabuco” do Vicente Leporace, em São Paulo.

E logo Renato Murce o aproveitou para um show. Ia fazer suas imitações nos clubes do Rio e ganhava seus cachês. Estudou para ingressar na Faculdade de Direito, passou, mas não cursou. Foi contratado para o rádio e depois de 15 dias, já tinha quatro profissões: era ator, locutor, redator e comentarista esportivo. Era a Rádio Guanabara, onde foi galã de novelas, mas logo preferiu a linha de shows e de comédias, ao lado de Grande Otelo e Chocolate.

Passou a criar vários personangens e isso passou a ser o seu “diferencial”. Pensava: “Se um personagem cansar, ele sai, e fica outro. Foi ele que cansou, não eu”. Às vezes eram tão diferentes umas das outras, que nem mesmo ele entendia. Chegou a fazer 207 personagens na televisão. Seu começo nesse veículo de comunicação foi em 1957, fazendo o “Professor Raimundo”, na TV Rio.

Na TV Rio, sob a direção de Walter Clark, o sucesso continuou. Como não havia video-teipe, ia de avião para São Paulo, e lá também fazia sucesso. Mas aconteceu de ver rejeitados alguns personagens seus, que mais tarde explodiram de tanto sucesso, como o “Coronel Limoeiro” e o “Quem-Quem”.

Como já havia abandonado o rádio, a partir de 1958, ele se dedicou à televisão. E seus personagens para a televisão ele mesmo escrevia. Só mais tarde foi tendo redatores, como Antonio Maria,  Aloísio Silva Araujo e Max Nunes. Nessa época ele atuou em “Noites Cariocas”; “Noite de Gala”; “O Riso é o Limite” e “Estudio 13”, todos na TV Rio. Passou para a TV Tupi, onde fez os programas “Feijão, Arroz…e Alegria” e o “Noite de Gala“em 1960.

Na TV Rio, em 1961, estreou o “Chico Anysio Show”, programa que ele levou para a TV Excelsior em 1963, e que foi substituído pelo programa “Times Square” no ano seguinte. Chico também participou de “Gira o Mundo Gira”; “A Volta ao Mundo Sem Fazer Força” e “Dercy Beacoup” na TV Rio e em “Clube dos Morcegos”; “Maloca e Bobitão”; “Chico Anysio Show”; “Deu a Louca no Mundo” e “Riso 40 Graus” na TV Tupi, nos anos 1960.

Esteve na TV Record, e dentro do programa “Essa Noite se Improvisa”, no final dos anos 1960, ganhou três carros e várias geladeiras. Esse era um programa de Blota Junior, em que o apresentador dizia uma palavra e os concorrentes tinham que cantar uma música com aquela palavra. Chico ganhava quase todas. Quando esse programa mudou de estilo, Chico Anysio pediu demissão.

Em 1969, foi convidado para ir para a TV Globo. Conheceu Boni, que nele confiou totalmente, e a quem sempre reverenciou, como sendo o homem que mais entendia de televisão. Lá foram mais de 20 anos de grandes programas, começando com “Chico Anysio Especial” em 1970 e 1971; “Linguinha x Mr. Yes” em 1971/1972; “Chico em Quadrinhos” em 1972; “Chico City” (1973/1980); participação fixa no “Fantástico” de 1975 a 1990; “Azambuja & Cia” em 1975; “Chico City Especial” em 1979; “Chico Total” em 1981; “Chico Anysio Show” (1982/1990); “Escolinha do Professor Raimundo” (1990/1995); “Estados Anysios de Chico City” (1991) e “Chico Total” (1995/1996). Em todos eles apareceram seus tipos imortais, como “Salomé”, “Painho”, “Pantaleão”; “Coalhada”; “Bozó”; “Alberto Roberto” e “Veio Zuza”, entre muitos outros. Ele se tornou o número um entre os comediantes do Brasil.

Na Globo, ainda fez a novela “Que Rei Sou Eu?” (1989), foi supervisor de criação de “Os Trapalhões” (1990 e 1991), apresentou o programa “Som Brasil” (1990 e 1991) e atuou na minissérie “Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados” (1995).

Mas aí teve uma queda e fraturou a mandíbula. Ficou um tempo com a dicção praticamente imobilizada. Foi para os Estados Unidos e sua recuperação aconteceu lentamente.

Voltou ao ar em 1999, com o programa “O Belo e as Feras”, e depois no elenco do “Zorra Total”, onde ficou até 2002, quando trouxe novamente ao ar a “Escolinha do Professor Raimundo”. Ainda em 1999, fez participação especial na novela “Terra Nostra” e depois ainda esteve num episódio da série “Brava Gente” (2002),  e nas novelas “Sinhá Moça” (2006), “Pé na Jaca” (2007) e “Caminhos das Índias” (2009), quando retorna ao elenco do “Zorra Total“.

Chico Anysio ainda ganhou dois especiais de final de ano na TV Globo com o nome de “Chico e Amigos”, em 2009 e 2011. Em 2011, interpretava a personagem Salomé no programa “Zorra Total“, que acabou por ser sua última atuação na TV.

Chico também fez Teatro, onde se destacou nos espetáculos “O Belo e as Feras” em 1968; “Chico Anísio Só” em 1969; “Uma Noite com Chico Anisio” em 1972; “No Quarto com Chico Anisio” em 1976; “A Filha da….” em 1978; “A Cama Com Tudo em Cima” em 1980; “Show Chico Set” em 1984 e “Oitavo na Peneira” em 1985/1986.

No Cinema, Chico atuou em “Mulheres à Vista”; “O Palhaço o Que é?” e “Entrei de Gaiato“, todos de 1959; “Duas Histórias” e “Pequeno Por Fora” em 1960; “O Doce Esporte do Sexo” em 1971; “O Mundo Mágico dos Trapalhões” em 1981; “Tanga, Deu no New York Times” em 1987; “Tieta do Agreste” em 1996; “Se Eu Fosse Você” em 2009; “Up, Altas Aventuras” (dublagem na animação de 2009) e “Uma Professora Muito Maluquinha” em 2011.

Casado seis vezes: com as atrizes Nancy Wanderley, Rose Rondelli, Alcione Mazzeo e Regina Chaves, e depois com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello e com a artista plástica Malda Di Paula, o comediante teve oito filhos, sendo um adotado. Os mais conhecidos são os atores Bruno Mazzeo, Lug de Paula e Nizo Neto.

Chico Anysio ainda era escritor. Teve mais de quinze livros lançados. E era pintor. No auge de sua forma, fazia uma média de 300 quadros por ano. Trabalhador incansável, dormia apenas quatro horas por noite e, sua explicação para tanta vitória, era o que um amigo lhe disse: ” Não sou ator. Sou Médium”.

Ele era também irmão da atriz Lupe Gigliotti e do cineasta Zelito Viana, sendo tio da atriz e diretora Cininha de Paula, da diretora Betse de Paula e do ator Marcos Palmeira.

Chico Anysio faleceu em 23 de março de 2012, aos 81 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro, de falência múltipla dos órgãos em função de uma infecção pulmonar.

 
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