MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CHACRINHA


José Abelardo Barbosa de Medeiros nasceu na cidade de Surubim, Pernambuco, em 30 de setembro de 1917.

Aos 10 anos mudou-se com a família para Campina Grande, na Paraíba. Com 17 anos foi estudar em Recife e logo em 1936 entrou para a faculdade de Medicina. Foi quando foi fazer uma palestra sobre alcoolismo e percebeu seu jeito, junto ao público. Pode-se dizer que isso aconteceu de estalo, tanto que ele interrompeu seus estudos, já no 3º ano da faculdade e embarcou para o Rio de Janeiro.

Iniciou sua carreira como locutor na Rádio Tupi do Rio de Janeiro, em 1939. Mas era inquieto e em 1943 foi para a Rádio Fluminense e lançou o programa: “Rei Momo na Chacrinha“, que fez muito sucesso. É que a emissora se localizava em uma pequena chácara, em Niteroi. Ele ficou sendo chamado de Abelardo Chacrinha Barbosa e depois só Chacrinha. Em 1950 lançou o programa “Cassino do Chacrinha”, no qual lançou vários sucessos da música brasileira. Foi ele quem lançou “Estúpido Cupido” de Cely Campelo” e “Coração de Luto”, de Teixeira. E na Chacrinha ele “fingia”, com sons e ruídos, que lá aconteciam enormes festas e lançamentos.

Foi em 1956 que estreou na televisão. Na TV Tupi do Rio de Janeiro, lançou “Rancho Alegre”, programa homônimo ao de Mazzaropi em São Paulo. Ali Abelardo lançou “A Discoteca do Chacrinha”. Passou depois para a TV Rio e em 1968, para a TV Globo. Chegou a fazer dois programas semanais. Fez “A Buzina do Chacrinha“, onde, com uma buzina na mão, “gongava” calouros, e perguntava: “Vai para o Trono, ou não Vai?”. Foi para a TV Tupi de São Paulo, depois para a TV Bandeirantes e em 1982 retornou a Rede Globo de Televisão.

Chacrinha convidava muitos artistas e cantores em seus programas e lançou a moda de se apresentar fantasiado e a compor um juri com personalidades do mundo artístico. Dizem que, a princípio, recebia na chacrinha seus convidados de cueca. Depois, porém, criava a cada semana uma fantasia diferente.

Foi patrocinado pela “Casas da Banha”, por muitos anos e é por isso, que quando fazia programa de auditório, jogava abacaxis ou bacalhaus em seu público e gritava: “Vocês querem bacalhau?”. “Eu vim para confundir, e não para explicar”. Foi-se tornando o maior apresentador de todos os tempos. É dele também a frase: “Quem não se comunica, se trumbica”, muito citada pelos estudiosos de comunicação. E ainda dizia: ” Em televisão nada se cria, tudo se copia”.

Além de criar a figura dos jurados constantes no seu programa, criou ainda as “chacretes”, que eram moças bonitas que dançavam, enfeitando seus programas. Ele lhes deu nomes chamativos, com Suely Pingo de Ouro, Rita Cadilac, Índia Amazonense, Fernanda Terremoto, etc. Mas ele as mantinha sob forte controle e segurança.

O “Velho Guerreiro”, como passou a ser chamado, lançava músicas de carnaval e foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano, em 1987. Nesse ano também recebeu o título de professor honoris-causa da Universidade do Rio de Janeiro. Por três décadas foi líder de audiência na televisão.

Casado com dona Florinda Barbosa por 41 anos, eles tiveram três filhos: José Amélio, Jorge Abelardo e Zé Renato, que, com o passar dos anos o ajudaram na produção de seus programas.

Abelardo Barbosa, o Chacrinha, faleceu em 30 de julho de 1988, deixando imensa saudade em todos aqueles que o conheceram e o amaram. E. pode-se dizer, deixou uma lacuna, pois ainda não apareceu quem ocupe seu lugar.

Em 2008, foi lançado o documentário “Alô, Alô, Terezinha”, do cineasta Nelson Hoineff, que conta um pouco da história de Chacrinha.

 
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