MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CESAR DE BARROS BARRETO


Cesar de Barros Barreto nasceu em 2 de outubro de 1907 no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Era filho do Major Carlos de Barros Barreto e de Zenith da Costa de Barros Barreto. Cesar estudou no Colégio Santo Inácio e posteriormente mudou-se para Roma, para estudar no Pontifício Collegio Pio Latino Americano, tendo ali grande base religiosa, que muito influenciou em seu modo de vida, sempre perseverante.

Na Europa teve grande aprendizagem em línguas, tornando-se poliglota (além do português e do latim, sabia mais três idiomas europeus). Muito culto, tornou-se ainda bacharel em Filosofia. De volta ao Brasil, descobriu no rádio sua grande paixão pelas comunicações. Na década de 1940, foi jornalista, redator e em pouco tempo chegou a chefe de redatores da Rádio Nacional (RJ). Conquistava os colegas com seu jeito: sempre batalhador, amigo e gentil, nunca precisou ser autoritário para que os outros o obedecessem.

Foi também novelista e produtor de programas de destaque no rádio carioca, como “O Testamento Fatal”, “O Noivo Menelau”, “As Novas Mil e Uma Noites”, “A Herança Fatal”, “O Maravilhoso Senhor Som”, “A Noiva do Passado” (campeão de cartas de ouvintes) e outros, redigidos em rodízio com os chamados pela mídia de “big fours” (quatro grandes) da Nacional: ele, Mario Brasini, Oranice Franco e Pedro Anízio. E depois, transferiu-se para os Diários Associados do Rio de Janeiro, tornando-se chefe de redação das emissoras de rádio. Na Rádio Tupi criou com Almirante “Incrível! Fantástico! Extraordinário!”, em 1947, e “Palácio do Veraneadores” com Max Nunes. Fez sozinho também “Semana em Revista”, “Hora do Recreio”, etc. Para a Rádio Tupi de São Paulo, “Obrigado Doutor” e as peças “O Defunto Protesta” e “Vida Sombria”. Escreveu outras peças como “Sonho de Uma Noite de Verão”, “Mundo Moderno” e adaptações como “Um Cavalo Branco” (do original de Pedro Bloch).

Foi também redator do “Teatro das Onze” e, na Rádio Tamoio, “Um Homem, Uma Vontade, Um Santo” (sobre a vida de Santo Inácio de Loyola). Em prol do crescimento do meio radiofônico, foi suplente de Victor Costa, na Comissão Técnica de elaborar o anteprojeto de Regulamentação dos Direitos Autorais de Rádio e de fundar o Departamento de Rádio-Autores Brasileiros, da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). Depois foi chamado para ser chefe de redação da agência de publicidade americana Sydney Ross. Em 1951, chega ao Rio de Janeiro a televisão: os Associados fundam lá a PRG-3 TV Tupi, canal 6. Seu diretor-geral era Fernando Chateaubriand Bandeira de Mello, que ainda no primeiro ano chama César de Barros Barreto para ocupar o cargo de diretor artístico da emissora. Cargo inicialmente ocupado por americanos, que vieram orientar os pioneiros da TV no Rio.

A ineficiência é substituída pela mente criativa de Cesar. Criou em um pequeno estúdio, com mínimas condições, 3 horas diárias de programação ao vivo (o que se produzia na TV holandesa em uma semana). Criou programas memoráveis como “História do Teatro Brasileiro” e “História do Teatro Universal”, ao lado de Chianca de Garcia, “O Cacique Informa”, “Feira de Amostras”, “Inventores Cássio Muniz”, “Telejornal Tupi” (embrião do Repórter Esso carioca) e “Sucessos Musicais”.

De tanto trabalhar, faleceu em decorrência de problemas cardíacos em 18 de maio de 1953. Em sua homenagem a Revista Radiolândia criou o “Prêmio Barros Barreto”, também chamado de “Antena de Prata” (em importância, equivalia ao Troféu Roquette-Pinto em São Paulo), que premiou os melhores da televisão carioca. Em meados da década de 1940 iniciou a feitura do “Dicionário de Músicos e Compositores Brasileiros”, ao lado de Almirante.

Tornou-se símbolo dos radialistas no Rio de Janeiro e dos pioneiros do novo meio. Disse sobre ele, João Lorêdo (seu colega na TV Tupi) no livro “Era Uma Vez…A Televisão”: “O primeiro mártir da televisão brasileira. Morreu porque trabalhava desesperadamente, dando o máximo de seu talento para o progresso e a implantação da TV Tupi. O seu coração não resistiu.” Era casado com a artista plástica Helena Pereira de Barros Barreto, com quem teve cinco filhos homens.

 
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