MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


CARLOS HEITOR CONY


Carlos Heitor Cony nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1926, no dia 14 de março. Filho de Ernesto Cony Filho, carioca do bairro de São Cristovão , jornalista e funcionário público e de Julieta Moraes Cony, dona de casa. Quando houve a Revolução de 30, o pai perdeu o emprego e a família foi morar em Niteroi, pois diziam lá ser a vida mais barata. Mas em 1936, a família voltou ao Rio e foi morar numa casa que era uma linda chácara, onde o pai criava galinhas. E aí ele aprendeu a ler e a escrever com o pai. Em 1937, Carlos Heitor fez sua primeira comunhão, e desse período lhe veio a vontade de ser padre. Ele recebeu a batina em 7 de março de 1938, dia de São Tomás de Aquino. Por se tornar um dos melhores alunos, ganhou, no fim do ano, do cardeal Sebastião Leme, um prêmio de cem mil reis. Nessa fase, ele estudou: latim, grego, história, português, italiano, geografia, música, matemática, apologética, francês.

Mas, apesar de super inteligente, Cony tinha uma dificuldade de dicção, que fazia com que fosse impedido de rezar missas. Tinha impossibilidade de pronunciar ditongos. As missas nunca aconteceram. O pai, porém, conseguiu que um amigo seu,.o doutor Pedro Ernesto Batista, ex-prefeito do Rio,operasse o menino e depois, com exercícios, muitos dos quais com bolas de gude na boca, o menino foi melhorando.Curiosidade: Esse método foi usado pelo orador Demóstenes, na antiga Grécia.

Em 1945, Cony resolveu sair do seminário. Entrou num curso de Preparação de Oficias da Reserva e em 1948 tornou-se aspirante a oficial de reserva. Foi quando estudou Humanidades e fez ainda curso de Filosofia, no Seminário de São José. Em 1951, Heitor Cony casou-se pela primeira vez . Logo nasceu sua primeira filha Regina Celi e em 1954, a segunda filha Maria Varônica.

Começou então a escrever e percebeu que essa era sua verdadeira paixão. Escreveu então o romance: ” O Ventre”, que foi considerado o melhor dentre os apresentados, mas negam-lhe o prêmio de 50. mil cruzeiros, pois consideram sua linguagem rude e seu estilo negativista. Em nove dias apenas, ele então escreveu o romance: ” A Verdade de Cada Um” e com ele ganhou o prêmio.Por duas vezes consecutivas, ele ganhou esse Prêmio Manuel Antônio de Almeida, em 1957 e 1958, com seus romances: “A Verdade de Cada Dia” e ” Tijolo de Segurança”. Mas ele os escreveu com pseudônimo.

Começou então sua vida profissional na imprensa escrita, em 1952. Inicialmente trabalhou no ” Jornal do Brasil”, mais tarde no ” Correio da Manhã, onde , além de redator, foi cronista e editor. Desde 1963, começou a escrever no jornal” Folha de São Paulo”, como cronista, na página: ” Opinião”, revezando dia sim, dia não, com a famosa poetisa Cecília Meireles.

Na ditadura militar, de 1964, Cony sofreu várias prisões. Passou então longo período no exterior. Ao voltar, entrou no Grupo Manchete, onde lançou a revista: ” Ele e Ela”, dirigiu as revistas: ” Desfile”, e” Fatos e Fotos”. Foi diretor de teledramaturgia na TV Manchete, tendo sido ele que apresentou os projetos das novelas: “Dona Beija”,que fez muito sucesso, e: ” Kananga do Japão” Depois Cony escreveu para a TV Rio: ” Comédia Carioca”, a pedido de Walter Clark.A censura, porém, retira a novela do ar, após 23 capítulos. E Cony foi preso pela ditadura.

Cony escreveu vários livros. Citemos: ” Antes o Verão”;” Sobre Todas as Coisas”;” Posto Seis”; ” Balé Branco”; ” Pessach- a Travessia”; o ensaio: “Chaplin”; ” Quem Matou Vargas”; ” Sobre Todas as Coisas”; “Antes o Verão”,que foi filmado, com Jardel Filho, Hugo Carvana, Norma Benguell; ” Pilatos”; ” Viagens Ao Exterior”;” O Caso Lou”;” Paranóia”, roteiro de filme; ” Nos Passos de João de Deus”, quando Cony acompanhou o Papa João Paulo II, na viagem ao Brasil;” Quase Memória”; ” O Piano e a Orquestra”; “Babilônia”;” O Ventre”, publicado muitos anos após escrito, quando foi vetado; ” Romance Sem Palavras”, “O Indigitado”; ” A Tarde de Sua Ausência”, ” J.K- Como Nasce Uma Estrela”, ” O Beijo da Morte” e outros ainda.

Cony casa-se pela segunda vez e em 1975, nasce seu filho André Heitor.

Por ser grande escritor, Carlos Heitor Cony, foi eleito para a Academia Brasileira de de Letras, onde ocupa a cadeira número 3. Seus prêmios , porém, são inúmeros. Incontáveis.

 
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