Waldemar Seyssel, o Arrelia, nasceu na cidade de Jaguarialva, no interior do Paraná, em 31 de dezembro de 1905.
De família circense, desde que nasceu Waldemar foi do circo. Contava ele que o avô era um conde francês, que um dia se apaixonou por uma moça de circo, e por ela deixou o seu castelo e tudo o mais. Daí a família ficou sempre trabalhando em circo, vindo para o Brasil.
Arrelia, nome que lhe foi dado por um tio, já com um mês entrou em cena, pois precisavam de um garoto chorão. E Arrelia chorava tanto, que aquilo provocou risadas no público. E ele foi aprendendo de tudo: barras, trapézio, paralelas, trampolim. E, quando maior, começou a entrar nas “pantomimas” (peças teatrais). Morava sempre em casas alugadas pela família e não debaixo da lona de circo. E a mãe fez questão que ele estudasse. Waldemar Seyssel conseguiu entrar na Faculdade de Direito São Francisco e se formou advogado. Deixou o Circo Chileno, do tio, e formou a Companhia Seyssel.
A Companhia Seyssel se instalou no Largo da Pólvora, em São Paulo, e lá ficou por 11 anos. Foi inaugurada a TV Tupi de São Paulo, e Arrelia foi o primeiro palhaço a participar, até mesmo nos programas-teste, que aconteceram no Hospital das Clínicas, em São Paulo, no começo de 1950. Criou quadros famosos, como o que aparecia só com uma bengala, e o número fazia delirar os espectadores. Também criou e gravou músicas para o carnaval, e para o folclore nacional, como o “Como vai, como vai, como vai? ”.
Foi para a TV Record onde ficou 21 anos, apresentando-se todas as semanas com o “Circo do Arrelia”. Ele, seu irmão Henrique, que o acompanhou sempre, e seu sobrinho Pimentinha, que veio depois, colocaram o circo em uma posição de importância dentro da televisão. E Arrelia se orgulhava disso. Assim como se orgulhava da família.
Também foi presença constante no Cinema, onde estreou em 1947, em “O Palhaço Atormentado”, atuando depois em “Modelo 19″; “Susana e o Presidente”; “O Homem dos Papagaios”; “Destino em Apuros”; “A Sogra”; “Carnaval em Lá Maior”; “Na Corda Bamba” e “O Barbeiro que se Vira”. Sua última participação no cinema foi em 1962, em “Pluft, o Fantasminha”.
Na Televisão, depois de apresentar o “Circo do Arrelia” na TV Paulista e na TV Record até 1971; esteve a frente do programa do mesmo nome na TV Educativa de 1972 a 1974.
Arrelia faleceu no Rio de Janeiro, em 23 de maio de 2005, em decorrência de uma pneumonia, aos 99 anos de idade.