MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


ARLETE MONTENEGRO


Arlete Montenegro vem de família muito pobre. Nasceu na capital paulista, em 15 de outubro de 1938. Sua mãe, Luiza, era empregada doméstica. E Arlete diz que sempre só tiveram uma à outra, já que não conheceu o pai. Sua infância foi difícil, porém, acarinhada por sua avó preta e sua tia preta, que a criaram. Estudou apenas o primário, mas o fez bem feito, pois sempre foi uma menina caprichosa. Depois disso fez cursos diversos. Era sempre a primeira da classe e gostava muito de ler, por isso fazia a leitura das poesias em classe e os discursos de fim de ano.

Começou a trabalhar aos doze anos numa fábrica e todo o seu dinheirinho era entregue à mãe. Gostava de ouvir rádio e foi assim que aos 19 anos tomou conhecimento de um concurso da Rádio São Paulo, que se chamava: “Procura-se uma estrela”. Apresentou-se. Tão criança era, que nem tinha noção da responsabilidade. Sua voz, sempre linda, sua dicção perfeita, foram logo notadas. Tirou primeiro lugar. Fez um contrato e começou a trabalhar o dia inteiro na rádio. Oswaldo Baroni, o diretor, lhe dizia: “Fique ouvindo como os outros fazem. Faça você também”.

E assim foi fazendo novelas e mais novelas, na emissora líder da época. Não tinha consciência das coisas, mas logo ganhou o prêmio “Tupiniquim”, como melhor rádio-atriz. Ficou depois com o título de “Heroína do Quarto Centenário”, pois era o ano de 1954. Logo foi convidada para a TV Record. E já começou fazendo a Esmeralda do “Corcunda de Notre Dame”, uma cigana que dançava e era linda. Arlete também o era. E nunca mais parou de fazer televisão. E não ficou só aí. Entrou também para a dublagem, sempre aproveitando o maior dom que Deus lhe deu: sua voz. E também foi para o teatro.

Foi para TV Excelsior, que era a Hollywood da época. Fez coisas lindíssimas, como: “As solteiras”, “Minas de prata”, A muralha, a saga dos Bandeirantes”, uma novela de total sucesso. Entre uma plêiade de astros, Arlete se destacava. Em teatro fez: “Noites brancas”, “Ilha dos cabras”, “Dois na gangorra”, e muitas outras. Com o fechamento da TV Excelsior foi para a TV Tupi, e fez: “Divinas e maravilhosas”, “Meu rico português”, “Bom baiano”. E veio outra falência, outro fechamento de televisão.

Após muitos anos afastada, fez a novela “Cara e Coroa”, em 1995, na TV Globo. Depois, fez “Olho da Terra” (1997, Record), e Marisol (2002, SBT). De volta à Globo, fez participações especiais em “Páginas da Vida” e “O Profeta”, ambas em 2006.

Arlete se casou cedo, teve um filho, mas enviuvou cedo também, com 33 anos. E ficou com seu filho e sua mãe, que faleceu em 2003. Sofreu muito. Teve depressões, mas sempre se levantou através do trabalho. No teatro fez mais: “Essa gente incrível”, “Descalços no parque”, “El dia em que me quieras”, e ultimamente “Perola”, peça de muito cartaz. Sua espiritualidade também a ajudou muito. Sempre buscou a Deus. Entrou para o espiritismo, depois o budismo, e por fim tornou-se inteiramente esotérica, estudando tudo que a leve à elevação espiritual, ao encontro de Deus.

Sempre ligada à orações, ela se descreve como uma “centelhinha que está procurando sempre crescer, e se melhorar como ser humano”. Lê muito, é meiga, apaixonada pelo filho Fábio, que é o maior presente que Deus lhe deu, que fez três faculdades e que hoje está casado. Essa é Arlete Apolinaro,( sobrenome do marido), Arlete Montenegro, a mulher que teve uma vida difícil (muitas vezes), mas que é um ser iluminado, sempre em busca do Deus Supremo. Linda a Arlete Montenegro.

 
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