MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


ANSELMO DUARTE


Anselmo Duarte Bento nasceu em 21 de abril de 1920, na cidade do Salto, no interior paulista.

Seu primeiro trabalho em cinema, ainda menino, foi como “molhador de tela”. Ele tinha só 10 anos de idade, e na exibição das fitas do cinema mudo, o projetor ficava atrás da tela e a esquentava. Era preciso jogar água a cada dois rolos de fita, para evitar um incêndio. Na infância, ele queria ser projetista, como o irmão Alfredo.

Mas ele estreou como ator, em 1942, no inacabado “It’s All True“, que o diretor e ator Orson Welles realizou no Brasil. A experiência lhe valeu um papel em “Querida Susana“, em 1947, ao lado de Tônia Carrero, e no ano seguinte atuou em “Inconfidência Mineira” e “Terra Violenta”. O sucesso chegou em 1949, após atuar como galã em “Carnaval no Fogo”. 

Nos anos 1950, estrelou vários filmes na Cinédia, na Atlântida e na Vera Cruz, se transformando em um dos atores mais atuantes e mais bem pagos do cinema nacional. O primeiro foi “O Caçula do Barulho” e depois vieram grandes sucessos como “Aviso aos Navegantes”; “Maior Que o Ódio”; “Amei um Bicheiro”; “Appassionata”; “Tico-Tico no Fubá”; “Veneno”; “Sinhá Moça”; “Carnaval em Marte”; “O Diamante”; “Sinfonia Carioca”; “Depois eu Conto”; “Absolutamente Certo”; “Arara Vermelha” e “O Cantor e o Milionário”.

Seu primeiro filme como diretor foi “Absolutamente Certo”, uma comédia aprovada pelo público e pela crítica, em 1957. E no ano seguinte, em Portugal, ele dirigiu para o cinema uma adaptação do romance de Julio Diniz, “As Pupilas do Senhor Reitor”. Em 1962, Anselmo Duarte se tornou o primeiro diretor brasileiro a conquistar a Palma de Ouro do Festival de Cannes com a versão de “O Pagador de Promessas”, filme que mudou sua vida e pode-se dizer, mudou os rumos do cinema nacional, e com o qual o jovem diretor venceu concorrentes como Luis Buñuel, Antonioni e Robert Bresson.

De volta ao Brasil, Anselmo Duarte teve que enfrentar o pessoal do Cinema Novo, que lançou uma campanha contra ele. O filme seguinte como diretor foi “Vereda da Salvação“, em 1964, que também foi muito elogiado lá fora, agora no Festival de Cinema de Berlim. Ele voltaria a dirigir em 1969, quando fez “Quelé do Pajeú” com Tarcísio Meira e Rossana Ghessa. Ele também dirigiu “Um Certo Capitão Rodrigo” em 1971; “O Descarte” em 1973; “Já Não Se Faz Amor Como Antigamente” em 1976; “Niguem Segura Essas Mulheres“, também em 1976; “O Crime do Zé Bigorna” em 1977 e “Pelé e os Trombadinhas” em 1979.

Como ator, Anselmo Duarte também foi uma presença constante a partir da década de 1960, atuando em “O Caso dos Irmãos Naves”; “A Madona do Cedro”; “Juventude e Ternura”; “Independência ou Morte”; “Assim Era a Atlântida”; “O Marginal”; “Noiva da Noite”; “Ninguém Segura Essas Mulheres”; “Já Não Se Faz Mais Amor Como Antigamente”; “Paranóia”; “Embalos Alucinantes”; “Tensão no Rio”; “Brasa Adormecida” e  “O Homem que Engarrafava Nuvens”, este último em 2008.

Em Televisão, ele atuou em apenas uma novela, que foi “Feijão Maravilha“, de Mário Prata, em 1979, na TV Globo, vivendo Trindade.

Anselmo Duarte teve sua vida e carreira publicadas em um livro, da Coleção Aplauso, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em 2004. Ele foi casado três vezes, uma delas com a atriz Ilka Soares, com quem teve dois filhos

O ator e diretor Anselmo Duarte faleceu em 7 de novembro de 2009, aos 89 anos de idade, na capital paulista, devido a complicações de um acidente vascular cerebral, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.

 
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