MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão


AGNALDO RAYOL


Agnaldo Coniglio Rayol nasceu no dia 3 de maio de 1938, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro.

A carreira do cantor Agnaldo Rayol, uma das maiores e melhores vozes masculinas deste país, começou, poder-se-ia dizer assim, quando ele tinha apenas três anos de idade. Como já gostava de cantarolar os sucessos da rádio, seu tio Edgard teve a idéia de levá-lo a um posto de correios e telégrafos, onde se gravavam disquinhos de papelão, em processo semelhante às gravações de acetato, e pedir-lhe que repetisse ali, à sua maneira, canções dos anos 40 como “ Morro de Santa Tereza”, “Pombo Correio”, “Renuncia” e “Adeus”. Os dois disquinhos foram oferecidos a seus pais Agnello e Rosita.

A carreira de cantor foi decidida bem cedo, entre os 8 e 9 anos, quando participou do programa “Papel Carbono” de Renato Murce, na Rádio Nacional do Rio, interpretando a canção “Matinatta” de Leoncavallo. O sucesso foi tanto que logo em seguida, convidado pelo diretor José Carlos Burle, da Atlândida Cinematográfica, Agnaldo é chamado a estrelar-cantando e representando o filme “Também Somos Irmãos” , ao lado de Grande Otelo, Vera Nunes, Jorge Dória e Ruth de Souza. Foi nesse filme que, pela primeira vez, cantou acompanhado de orquestra, regida pelo célebre maestro Lyrio Panicalli.

Aos 12 anos, no entanto, sua família deixou o Rio. Seu pai, que era marítimo, fora transferido para Natal, no Rio Grande do Norte. Durante os seis anos que lá passou, atuou nas Rádios Poty e Nordeste, cantando e atuando em rádio-novelas locais.

Pouco tempo depois, Agnaldo é de novo convidado a fazer cinema, voltando ao Rio para filmar ‘Maior que o Ódio”, junto com Anselmo Duarte, Ilka Soares, Jorge Dória e, o outro menino da história, o hoje conhecido escritor Ivan Lessa, um dos fundadores do jornal “O Pasquim”.

Quando completou 18 anos, voltou para o Rio e assinou com a Rádio Tupi, como ator, usando o nome de Agnaldo Vasconcellos. Mas, algum tempo depois, o diretor J. Antonio Dávilla leva-o novamente para a música e Agnaldo vai cantar na TV Tupi, no “Festival de Vozes’, interpretando “Ave Maria” de Vicente Paiva e, no programa seguinte, “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso.

Em 12 de outubro de 1957 aconteceu o que Agnaldo Rayol considera o verdadeiro início de sua vida profissional: foi contratado pela TV Tupi, pelas mãos do apresentador Ribeiro Filho, e cantou “Make Believe” ( tema do musical da Broadway, “Show Boat” ), sendo muito aplaudido pela platéia do programa “Coca Cola para Milhões”. Em seguida, Cassiano Gabus Mendes, à época diretor artístico da TV Tupi, convidou-o para apresentar um programa – “ Sonhos Musicais “ – , que ficou quatro anos no ar. Agnaldo radicou-se, então, em São Paulo.

Em 1958, gravou seu primeiro disco, o 78 rpm com “Se todos fossem iguais a você” e “Prece”, sucedido pelo LP ( que leva o nome do cantor ) incluindo músicas de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Dolores Duran. O segundo LP – “Sonhos Musicais” – sairia no ano seguinte, mesclando músicas brasileiras a outras italianas e americanas.

No cinema, voltou a atuar – entre 58 e 61 – em filmes como “Uma Certa Lucrecia” com Dercy Gonçalves; “Garota Enxuta” com Ankito e Grande Otelo e mais quatro com Mazzaroppi, num dos quais fazia dueto cantando com Hebe Camargo.

Em 1961 retornou ao Rio para fazer, no Golden Room do Copacabana Palace, o Show “Skindô”, produzido por Abraão Medina, ao lado de Moacir Franco, Odete Lara, Elizabeth Gasper, Gina Lê Feu, Irmãs Marinho, Trio Irakitan e cantoras como Lenita Bruno e Marly Tavares. Nesse musical, atuava como bailarina, ainda bem jovem, a hoje consagrada atriz Betty Faria. O espetáculo teve direção musical e regência do maestro americano Bill Hitchcock e coreografia da também americana Sonia Shaw.

Em 1964, Agnaldo fez suas primeiras novelas, “Mãe”, na TV Excelsior, estrelando ao lado de Tarcisio Meira e Lolita Rodrigues, e logo depois, “O Caminho das Estrelas”, com Procópio Ferreira e Arlete Montenegro.

O auge de sua carreira chegou, então, em 1965, quando a TV Record o contratou para fazer o programa “Corte Rayol Show”, ao lado do comediante Renato Corte Real, um dos maiores campeões de audiência da TV na época, que com a saída de Renato, viraria “Agnaldo Rayol Show”, dois anos depois, com outra edição especial (além da TV Record de SP) apresentada diretamente da TV Rio, ao vivo.

Sucessos inesquecíveis de Agnaldo que frequentaram as paradas de sucesso em todo o Brasil foram “A Praia” “Acorrentados” “A Tua Voz” “O Princípio e o Fim”, “A Noiva”, “O Amor é Tudo”, “Mente-me”, “O Velho e o Novo” e “ E a Vida Continua”, entre muitas outras.

Em 1968, atuou na novela “A Última Testemunha”, na TV Record. O autor era Benedito Rui Barbosa e a amizade entre os dois continua até hoje. Em 1969, voltou ao cinema em “Agnaldo, Perigo a Vista”, ao lado de David Cardoso e com as participações especiais de Wanderléia, Erasmo Carlos, Ronald Golias e Jô Soares.

Entre 1970 e 71, com enorme sucesso, esteve em “As Pupilas do Senhor Reitor”, junto com Fúlvio Stefanini, Márcia Maria, Maria Estela, Lolita Rodrigues e Dionisio Azevedo. A novela ficou um ano no ar, batendo recordes de audiência na TV Record.

Com o advento da discotheque, que reinou durante quase uma década, Agnaldo resolveu fazer um retiro, deixando de gravar discos entre 1972 e 82. Mas não ficou parado durante esse tempo. Continuou fazendo shows, pintou muitos quadros a óleo e lançou seu livro de poesias “Agnaldo Rayol, Poeta”. Convidado por Walter Avancini, retornou à televisão em 1979 na novela – a última da TV Tupi, que então fechava as suas portas,  “Como Salvar Meu Casamento”.

No ano seguinte, a TV Bandeirantes o contratou para estrelar ao lado de Elaine Cristina, Roberto Pirillo, Márcia Maria e Altair Lima a novela “A Deusa Vencida”, remake do original de Ivani Ribeiro. Em 1981, também fez parte da novela que foi campeã de audiência que foi “Os Imigrantes”, quando tornou a trabalhar com o autor Benedito Rui Barbosa.

É em 1982 que Agnaldo passou a comandar um programa que ficou 8 anos em cartaz com o mais absoluto sucesso: o “Festa Baile” da TV Cultura de São Paulo, transmitido em rede para todo o Brasil. Durante esse tempo, cantou ao lado de grandes nomes da MPB.

Em 1993 foi chamado a interpretar um dos principais temas da novela “Renascer” – a romântica “Em nome do amor”, que seria depois regravada pela dupla Leandro e Leonardo.

Em 1996, a música que gravou – junto com Chrystian & Ralf – para a novela “O Rei do Gado” chegou ao primeiro lugar das paradas. É a recriação do antigo sucesso de Vicente Celestino, “Mia Gioconda”.

Nos anos 96 e 97 lançou dois Cds pela BMG, o segundo dos quais comemorando seus 40 anos de carreira. Ao todo, foram 45 LPs lançados, não incluídos nesse total os 78 e os 45 rpm, os compactos simples e os duplos gravados.

Em 1998 apresentou o programa “Noite de Gala”, diretamente do Teatro Ópera de Arame em Curitiba, através da CNT.

Agora, é a vez da potente e sensível voz de Agnaldo Rayol interpretar os sucessos italianos no álbum “Tormento D’Amore”.

 
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