MBRTV - Museu Brasileiro de Rádio e Televisão

A história da TVE



A emissora foi idealizada pelo professor Gilson Amado, que já havia realizado experiências em programação educativa no rádio e na TV Continental.

Criada em 03/01/67, a Fundação Centro Brasileira de TV Educativa obteve concessão para se estabelecer como rádio e televisão através da Portaria Interministerial n° 408 em 1970 e do decreto federal n° 72637, em 1973. Passou seus primeiros anos operando apenas em circuito fechado, em condições precárias, num pequeno apartamento de quarto e sala situado no 10º andar de edifício comercial na Av. Nossa Senhora de Copacabana. A fase de experiências serviu de treinamento da equipe. Em 1972, a TVE recebeu da Fundação Konrad Adenauer, da Alemanha, os primeiros equipamentos para seu estúdio, o Telecentro, montado na Av. Gomes Freire, 474, no Centro, onde antes funcionava o Teatro República. A FCBTVE ganhou a concessão do canal 2, que pertencera à TV Excelsior nos anos 60.

Mas antes de operar em seu próprio canal, desde 1971 a TVE tinha permissão para veicular seus programas no horário diurno de quase 30 emissoras comerciais. Após diversos cursos, treinamentos, seminários e estudos, entrou no ar em 26/11/73 na TV Rio o 1° programa da Fundação – “João da Silva” – um misto de telenovela e curso supletivo de 1° grau, com o ator Nelson Xavier. Em 05/11/75, finalmente a TVE fez a 1ª transmissão experimental através de seu próprio canal, mas apenas em 04/02/77 a emissora passou a funcionar em caráter definitivo, com 6 horas de programação diária. Quem sintonizava a TVE, logo se familiarizou com a apresentadora Dulce Monteiro.

Em 03/12/79, entrou no ar a Rede de TV Educativa, composta de 20 emissoras. A memória nacional foi a preocupação dos programas “É Preciso Cantar” e “Pequena Antologia da MPB”, apresentado por Grande Otelo. Financiados pela TV Globo e produzidos pela TVE, surgiram dois bem sucedidos seriados da teledramaturgia infantil: “Pluft, o Fantasminha” (1975) e “Sítio do Pica-Pau Amarelo” (1977). Também desta fase inicial, destacou-se a série “Patati-Patatá”, premiada no Japão como melhor programa de conteúdo pedagógico do mundo em 1981. Neste ano, Flávio Migliaccio estreou um seriado com seu personagem “Tio Maneco”, sucesso do cinema. O trabalho voltado para as crianças revelou artistas como Gualba Peçanha (“Plim-Plim, o Mágico do Papel”), Daniel Azulay (“A Turma do Lambe-Lambe”) e Bia Bedran (“Canta Conto”). O programa “I Love You” ensinava inglês através de músicas. Abordando os mais variados assuntos, Lúcia Leme comandou os debates, entrevistas e bate-papos do programa “Sem Censura”, que chegou a alcançar o 2° lugar na audiência vespertina em 1987 no Rio de Janeiro. Em 1988, o programa “Intervalo” passou a recordar antigos comerciais de tv. Nos anos 90, o programa “Um Salto para o Futuro” veio com a proposta de disseminar programas de educação à distância, visando a reciclagem de professores do ensino básico.

Em 08/10/81, a Fundação passou a englobar 4 centros de comunicação: TV, Rádio, Informática e Multimeios. Criava-se a Funtevê. Em 26/11/81, o centro de televisão recebeu o nome Centro Brasileiro de Televisão Educativa Gilson Amado, em homenagem ao professor, que morreu em 26/11/79, como presidente da FCBTVE. A TVE-RJ era parte da extinta Fundação Roquette-Pinto, órgão vinculado à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Desde o dia 16/01/98, a fundação tornou-se Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (ACERP), passando a captar patrocínio para financiar parte de sua programação.

Com a criação da TV digital, o Governo Federal resolveu criar a EBC – Empresa Brasileira de Comunicação, que unificou os órgãos de rádio e televisão educativas governamentais. Reunindo-se com canais da extinta Radiobrás, a TVE passou a se chamar “TV Brasil” a partir de 02/11/2007, data inaugural da TV digital no Brasil.

Crédito obrigatório: Texto retirado do “Almanaque da TV – 50 Anos de Memória e Informação”, Ricardo Xavier (Ed. Objetiva, 2000), com autorização do autor.

Elmo Francfort

Elmo Francfort

É diretor do Museu da TV, Rádio & Cinema. Já escreveu inúmeros livros sobre a história da televisão brasileira, sua área de especialidade.

 
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